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No outro dia, estávamos ainda sobre os efeitos dos golpes que sofremos e ninguém tinha disposição para falar

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No outro dia, estávamos ainda sobre os efeitos dos golpes que sofremos e ninguém tinha disposição para falar. Como de costume antes de ir para a igreja eu ajudava em casa, fiz minhas obrigações, tomei meu desjejum e desci a caminho da igreja.

Quando chego na igreja o que vejo não é nada bom. O pastor Manoel conversando com Eloísa a mãe de Debinha e Vivi e ao que parece ela está bem exaltada.

- Senhora, acalme-se eu cheguei ontem a noite para pastorear essa igreja, e não estou apar de tudo que acontece aqui. Se sua filha está sendo obrigada a trabalhar vou tomar as devidas providências, mas não a impeça de vir às aulas. - dizia ele ao ver eu me aproximar.

- Bom dia, posso ajudar em algo sou a professora das suas filhas. - falo.

- Mocinha, vim dizer que minhas filhas não vão mais vir, fiquei sabendo que vocês obrigam as crianças a trabalhar aqui.

- Senhora a informação não procede posso lhe assegurar que não é verdade.

- Senhora repense sua decisão. - diz o pastor.

- Não e não, até outro dia.

Ela sai puxando as crianças e me corta o coração ver que elas não vão mais aprender. De todas as crianças daqui me apeguei a elas.

- Sinto muito professora, mas nem sempre podemos fazer algo. Ela é a mãe.

- Tudo bem pastor estou começando a me acostumar ter que sofrer para pregar a Palavra de Deus.

- Vamos entrar e conversar um pouco.

- Não tem outras crianças não?

- Não senhorita ninguém veio além dessas duas. Venha me conte sobre as meninas.

- Vitória tem doze anos, é uma mocinha que ama a Palavra de Deus, esforçada e empenhada a ajudar na obra. O trabalho que a mãe se referiu foi porque um dia recebemos muitos alimentos dos outros reinos e tivemos que fazer um mutirão para dar conta de separar todas as cestas e Vivi se ofereceu para ajudar. Ela vai ser uma missionária no futuro, só que para isso precisa aprender a ler para ler a palavra de Deus e se capacitar. Uma coisa linda nela é que ela ama louvar, vez por outra encontramos ela cantarolando.

- Deus vai capacitar ela, você vai ver que isso é uma fase.

- Débora tem oito aninhos, é uma pequena doce e sábia, ela tanto dá conselhos bons como nos puxa a orelha as vezes, tem o dom de cuidar das pessoas, já vi várias vezes ela se preocupando com a irmã para não fazer isso ou aquilo que seria ruim. Creio que Deus a escolheu com o ministério de pregar o evangelho, também gosta de louvar, porém é um pouco tímida ainda. Eu amo muito essas duas meninas e não queria me afastar delas. - termino e começo a chorar.

- Bem que seu irmão disse que você dá sua vida pelo próximo. Estou admirado Júlia, com seu amor por essas crianças. Creia que tudo isso é uma fase e vai passar.

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