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nora

separo os nossos lábios observo os olhos do moreno, a sua expressão é de pura confusão e percebo que na sua cabeça passam várias palavras mas este permanece calado.

-não vou dizer que te amo, porque não sei muito bem se o que eu sinto por ti é amor, mas se é, posso com toda a certeza dizer que te amo.- as palavras voam pela minha boca e calum aconchega-me no seu colo.

-estás a gozar?- pergunta, um sorriso forma-se nos meus lábios e nego.

-nope, já há alguns anos que gosto de ti.- sinto o meu rosto a corar e o moreno tapa as minhas bochechas com as mãos.

-estou um bocado parvo, não esperava esta resposta, na verdade nem esperava contar-te sobre o que sinto.- ri.

levanto-me do seu colo e guardo o estojo e desenho na minha mochila, agarro na sua mão e ajudo-o a levantar, entrelaço os nossos dedos e obrigo-o a abandonar o que tem sido o nosso ponto de encontro.

-onde vamos?- pergunta quando paramos à frente do seu carro.

-para minha casa.- respondo, entro no seu carro, no lugar do pendura e o moreno ocupa o lugar do condutor, munutos depois o carro está em movimento, reconheço o caminho de minha casa e encosto a cabeça à janela, uma música passa na rádio e lembro-me vagamente de a ouvir várias vezes noutros momentos portanto mumuro a letra tal como calum, que tem uma voz tão bonita que a cada palavra que canta sinto que o meu corpo se vai derreter por dentro. O veículo pára à porta da minha casa e saímos ambos do carro, agarro na minha mochila e puxo calum para dentro do edificio.

- o que estamos a fazer aqui?- pergunta, um sorriso surge no meu rosto e guio-o até ao meu quarto.

-já me podes explicar o que fazemos aqui?- pergunta num tom ligeiramente irritado, sorrio de novo e envolvo o seu corpo num abraço.

-queria que dormisses comigo outra vez, ontem foi a primeira noite que consegui dormir bem, que estava segura.- sorrio, o moreno afasta o meu rosto do seu peito e deposita um pequeno beijo na minha testa.

-o ashton não se vai chatear?- pergunta, nego com a cabeça e o moreno encara-me confuso.

-não, eu disse-lhe que gostava de ti portanto ele deve compreender.- sorrio, o moreno anui e puxa-me para a minha cama, o meu corpo cai sobre o dele o moreno riu-se um pouco, sinto-me um bocado envergonhada afasto o meu corpo do dele, observo o seu rosto, a sua pele morena brilha com o reflexo da luz proveniente da lâmpada do candeeiro principal, os seus lábios carnudos estão pressionados um no outro, os seus olhos castanhos brilham ainda mais do que o normal, observo os pequenos sinais espalhados pelo seu rosto, volto a olhar para os seus olhos, que estão focados nos meus, um sorriso forma-se nos meus lábios e tapo a cara nos cobertores às flores que uso.

-estavas a observar-me?- a voz de calum substitui o silêncio da noite e com um gesto de cabeça anuo, sem sequer me dignar a observar o seu belo rosto.

-o que vês?- afasto a minha cara dos cobertores e aconchego a cabeça na almofada, o moreno repete o meu gesto e observa-me cuidadosamemte.

-bem, vejo um rapaz com um belo coração, alguém que está sempre pronto a esticar a mão independentemente de quem seja, alguém que tem uma vontade infindável de aprender sobre o mundo, que não tem medo de viver mas que estranhamente tem medo de correr riscos, alguém bastante marcado emocionalmente, mas que é capaz de pôr um sorriso no rosto e lutar com as poucas forças que tem, alguém que tem uma enorme paixão por música e que tem uma maneira de pensar tão peculiar que o torna especial, alguém que vê beleza nas coisas mais simples como chuva, neve, flores, árvores, animais, alguém que tem um sorriso capaz de iluminar o dia da mais pequena espécie, alguém com um coração de ouro, alguém puro de gestos e pensamentos, alguém capaz de dar um abraço que apaga toda a mágoa, alguém que sabe sempre o que dizer, alguém que está sempre lá, alguém que não é capaz de dizer que não, alguém...alguém pronto a amar mesmo que doa.- sussuro todas as palavras de olhos fechados, uma bela imagem de calum a sorrir forma-se na minha imaginação e decido confirmar essa imagem ao abrir os olhos contudo os olhos de calum estão cheios de lágrimas, fito-o preocupada, o rapaz não pronuncia uma palavra e num só gesto junta os nossos lábios num beijo cheio de carinho, como se todas as palavras presas na garganta dele saissem só neste beijo e apesar de nenhum de nós falar sei exatamente o que é que ele quer dizer. separo os nossos lábios e deito a minha cabeça no seu tronco, as suas mãos dançam pelos meus cabelos e sorrio com o seu toque, decido levantar-me e vestir o pijama, caminho até ao meu armário e retiro uma t-shirt e uns calções, mudo de roupa à frente de calum mas retiro o sutiã apenas quando já tenho a tshirt vestida, empresto ao moreno uma tshirt de ashton que lhe tinha roubado do armário e o moreno veste-a, desligo a luz de cima e ligo as fairy lights que estão por cima da minha cama, volto a deitar-me na cama e minutos depois calum deita-se ao meu lado, volto a encostar a minha cabeca ao seu tronco e segundos depois as suas mãos passeiam pelos meus cabelos de novo.

então mas eu e o calum namoramos ?

o pensamento assusta-me e pergunto-me se devo questionar em que ponto da escala nos encontramos, apesar de achar que rótulos não são bons eu preciso deles para saber onde me encaixo e não saber onde a minha relação com calum se encaixa assusta-me bastante, fecho os olhos e inspiro profundamente, chamo à atenção do moreno e levanto o olhar para me encontrar com os seus olhos castanhos.

-calum, nós namoramos?- pergunto, os seus olhos arregalam-se e nenhuma palavra sai da sua boca.

merda

3AM || cthOnde histórias criam vida. Descubra agora