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nora

o moreno continua a fitar o teto do meu quarto e sinto o meu nervosismo a crescer, de repente as paredes começam a ficar mais próximas e sinto a minha garganta a sufocar, a minha respiração fica descompassada sinto que o ar me escasseia, fecho os olhos e inspiro o pouco ar que consigo inspirar.

-eu... eu não sei.-as palavras saem finalmente da sua boca, poderia sentir-me feliz por ao menos saber que ele está a pensar no assunto, contudo as palavras magoam o meu coração.

-como assim não sabes?- pergunto, o rapaz encara os meus olhos e vejo o seu brilho característico a intensificar.

-eu quero estar contigo, quero poder chamar-te de namorada, mas não quero que ninguém saiba.- levanto a cabeça do seu peito e observo-o confusa.

-o quê?!- pergunto, apoio o rabo na cama ficando assim sentada de frente para o rapaz.

-eu não quero que as pessoas saibam nora, tenho medo okay?- nego com a cabeça e levanto-me da cama, sei que estou a fazer um filme enorme com tudo isto mas não consigo evitar pensar que esta atitude advém do moreno ter vergonha de mim, talvez ele nem goste mesmo de mim, talvez isto seja tudo uma aposta com os seus amigos, talvez eu seja apenas um jogo para ele, nunca devia ter aberto a boca, não lhe devia ter contado o que sinto, fingia que não sinto nada e agora estava no processo de o esquecer, apesar de ter tentado isso estes anos todos, foda-se e agora?
caminho de um lado para o outro no meu quarto e percebo que pequenas lágrimas se começam a formar nos meus olhos, faço os possiveis para as manter no seu esconderijo mas infelizmente elas escapam dos meus olhos permitindo a calum perceber o meu estado emocional, num ápice os braços do moreno envolvem o meu tronco e agarram-me ao colo, encolho as pernas podendo ficar em posição fetal só que no ar, o moreno trilha o caminho até à minha cama e deposita lá o meu corpo com um cuidado especial, segundos depois o seu corpo pousa à minha frente e obrigo-me a desviar o olhar de si.

-eu sou um jogo para ti? uma aposta? tu gostas mesmo de mim? tu tens vergonha de mim?- sussurro no silêncio da noite e ganho coragem para olhar para calum que me observa de olhos arregalados.

-o quê?! não, não, sim, não- responde às minhas perguntas, a sua bela mão agarra na minha e este entrelaça os nossos dedos.

-então porque é que não queres assumir nada? não te peço que andes por aí a gritar ao mundo a relação que temos, mas não saber o que somos assusta-me, fico confusa, não sei se tenho o direito de te pedir justificações ou se devo ficar calada, somos daquele tipo de amigos que sabem o que sentem mas agem como se não soubessem?- as perguntas saem como balas seguidas uma atrás da outra impedindo assim calum de responder a cada uma delas com a calma que necessitava.

-okay, vamos tentar, se alguém te perguntar o que é que nós somos tu respondes que eu sou teu namorado, simples, eu gosto de ti, tu gostas de mim, eu sei que tu nunca irias trair a minha confiança, portanto é apenas racional que eu fique contigo.- um sorriso está estampado no seu rosto e bebo cada sílaba que o moreno diz, a sua mão abandona a minha e os seus braços envolvem o meu corpo num abraço cheio de carinho ainda nesta posição o moreno empurra o meu corpo contra o colchão fazendo-me pousar a cabeça na almofada, os seus olhos brilham e um sorriso adorna ambos os nossos rostos, deposito um beijo nos seus lábios convidativos e sinto-o a sorrir durante a pequena demonstração de afeto. cubro os nossos corpos com a pequena coberta e aconchego-me no seu peito conseguindo finalmente adormecer.

acordo com alguns raios de sol que incidem no meu rosto, escondo o mesmo no peito de calum, o peito de calum, ele ainda cá está. um sorriso manifesta-se no meu rosto e abro os olhos para observar o moreno percebendo que ele já o estava a fazer, talvez à algum tempo.

-bom dia.- mumuro, o rapaz sorri-me e beija a minha testa, afasto os cobertores dos nossos corpos suados devido ao calor abrasador que inundava o meu quarto, e caminho até à casa de banho, onde lavo os dentes e passo os dedos no cabelo, odeio pentear o cabelo. refaço o caminho até ao meu quarto e veio calum ainda deitado na minha cama, os seus braços estão atrás da sua cabeça o seu olhar está fixo na pequena  janela do teto e um sorriso adorna os seus lábios, caminho lentamente até ao moreno e deito-me em cima dele.
os seus braços embrulham-se no meu corpo e este puxa-me mais para si.

-bom dia nora.- os seus lábios colam-se aos meus num ato rápido e apaixonado, o nosso momento foi interrompido pelo meu telemóvel que tocava alto no banco ao lado da minha cama, desprendo-me do corpo de calum e agarro no aparelho, o nome do michael brilha no ecrã e um enorme sorriso aparece no meu rosto, deslizo o dedo para poder atender a chamada e consigo perceber que michael está no meio da rua devido ao barulho dos carros.

-BOM DIA NORA

-foda-se michael podes não me gritar ao ouvido?

- desculpa anjo, olha, estou a caminho de tua casa, tenho tinta para o cabelo, rosa para mim e laranja para ti, acho que podemos juntar as duas para o teu ficar meio pêssego como tu queres.

-oh, vamos fazer isso hoje? não me lembro de ter combinado nada?

-oh, nós não tinhamos combinado eu é que acordei e me lembrei da conversa que tinhamos tido à uns meses e como já me fartei desta cor quero mudar, mas se não quiseres posso ir para casa, apesar de já estar perto da tua.

-michael nós vivemos a 15 minutos um do outro.

-eu sei.

-nem te atrevas a virar para trás, vamos fazer isso hoje.

-okay! estou aí em 5 minutos.

-até já.

-adeus anjo.

volto a pousar o aparelho electrónico no banco e observo calum que está sentado na minha cama, com as pernas cruzadas e as mãos pousadas no seu colo.

-quem era?- o rapaz olha para mim com uma expressão curiosa e não evito sorrir com a sua curiosidade.

-o michael, decidiu que eu e ele íamos pintar o cabelo hoje portanto deve estar a a chegar, espero que não te importes, isto é, se quiseres ficar cá o resto do dia.- o seus olhos ainda me observam mas parece que o seu cérebro desligou completamente e pergunto-me se ele ouviu alguma coisa que eu disse.

-calum? ouviste o que eu disse?- o rapaz abana a cabeça e esboça um sorriso.

-desculpa, estava a pensar no quão bonita tu és. - sinto as minhas bochechas a corar e vejo que as do moreno também estão vermelhas.

-queres ficar cá em casa o resto do dia?

-se o ashton não me matar por ter passado a noite cá, sim, por mim tudo bem.- oiço passos nas escadas e percebo que o meu irmão as está a subir provavelmente para vir ver como eu estava, sinto o meu coração a acelarar e apesar de saber que ele não se importa que eu goste do calum tenho medo da reação dele ao saber que agora temos algo mais sério, tento normalizar a respiração o mais possível, viro o meu corpo para a porta quando esta se abre mostrando o meu irmão, o calum agarra na minha mão enquanto eu observo ashton a olhar para nós de boca aberta.

merda

3AM || cthOnde histórias criam vida. Descubra agora