nora
levanto a sobrancelha quando percebo que o rapaz não se iria despedir das raparigas que formam um circulo à sua volta, retiro os pés da água e caminho até ao rapaz, sinto os meus pés contra o alcatrão do parque porém ignoro, toco no ombro de calum, os seus olhos encontram-se com os meus e o seu sorriso rapidamente se desfaz.
-nora...- reviro os olhos e dou um sorriso sarcástico.
-oh, desculpa se te estou a incomodar, mas convidaste-me para vir contigo ao rio e estás a ignorar-me, para a próxima já sei, mando-te para o caralho e fico em casa com o meu irmão e o michael.- sei que estou a ser incrivelmente rude para o moreno, mas supostamente ele é meu namorado, e está a ignorar-me para dar atenção a outras raparigas.
-eu, ah, desculpa.- o moreno esboça um sorriso fraco e as raparigas olham para mim perplexas.
-vocês precisam de alguma coisa?- pergunto devolvendo o olhar, algumas desviaram o olhar do meu mas outras apenas sorriram.
-que eu saiba tu e o calum não namoram.- uma delas disse, um sorriso orgulhoso ocupava o seu rosto levantei a sobrancelha e encarei o rapaz.
-então calum, és meu namorado?- pergunto, o silêncio instalou-se e este manteve o olhar focado no chão, soltei um riso sarcástico e abanei a cabeça.
-também acho que não és.- murmuro, afasto-me do rapaz e refaço o caminho até às minhas sapatilhas, calço as mesmas e observo o moreno mais uma vez, desta vez os seus olhos estavam postos em mim e este ignorava o seu clube de fãs, revirei os olhos e retirei o telemóvel do bolso das minhas calças.
Inicio o caminho até minha casa, está bastante calor e sinto que a qualquer momento vou desmaiar de cansaço, solto um suspiro e ligo para o meu irmão.
-está tudo bem?- a sua voz soa preocupada do outro lado da linha.
-não, preciso que me venhas buscar, estou no parque do rio, sê rápido quero ir para casa.- digo, um silêncio instala-se do outro lado da linha e minutos depois oiço o carro a trabalhar.
-estou a caminho.
desligo o telemóvel e sento-me no passeio, não querendo saber se alguém vai comentar ou olhar de lado, sinto o telemóvel a vibrar na minha mão e leio a mensagem do calum que dizia " desculpa, eu gosto muito de ti, eu fui um atrasado", revirei os olhos a ler a mensagem e voltei a bloquear o aparelho electrónico nas minhas mãos, ao longe reconheço o carro do meu irmão, levanto-me do passeio de calçada suja e estico os braços para que o rapaz me possa ver.
Os seus olhos param em mim e este estaciona o carro permitindo assim a minha entrada para o veículo, entro e coloco o cinto, percebo que ashton me observa preocupado e pondero se lhe devo contar o que se passou.-nora? o que é que se passou? porque que é que o calum não está contigo? ou porque que é que ele não te levou a casa?- perguntou, apesar do moreno ter tido uma atitude menos boa, decido não contar a verdade ao rapaz de olhos verdes.
encosto a cabeça ao vidro do carro e dou um longo suspiro, sinto a mão do meu irmão na minha perna e fito-o.-sabes que me podes contar tudo, certo?- anuo.
-o michael ainda está em nossa casa?- pergunto, o rapaz confirma, volto a repousar a cabeça no vidro e observo a paisagem.
o carro avança tornando o nosso caminho cada vez menor, sinto-me ansiosa para me deitar na cama e talvez chorar, se me sentir com vontade de o fazer.
reconheço a minha casa e desaperto o cinto de segurança, abro a porta quando o veículo para e prossigo até à porta do edifício. retiro o molho de chaves do meu bolso e insiro a chave na ranhura, um ar frio choca contra o meu rosto e suspiro por finalmente ter chegado.-o michael?- pergunto ao meu irmão, o rapaz de olhos verdes aponta para o seu quarto, prossigo o meu caminho até à divisão, abro a porta de madeira revelando o corpo do meu melhor amigo deitado na cama do meu irmão com um comando na mão.
-tu, no meu quarto, já.- deixo o rapaz sozinho e subo até ao meu quarto, deito-me na cama e encaro o teto, segundos depois o corpo do meu melhor amigo ocupa o lugar ao meu lado.
-o que se passou com o calum? o ashton disse-me que te teve que ir buscar e que tu não estavas com uma boa cara.- fecho os olhos contendo as lágrimas.
-nem sei muito bem, ele levou-me ao parque, fui até ao rio e quando me virei ele estava rodeado de miúdas porém ele não parecia incomodado, ele estava feliz, nem desviou o seu olhar para mim, foi como se eu não existisse sabes? portanto fui até lá, perguntei-lhe se me ia deixar ali sozinha, e uma das fãs dele perguntaram-lhe se nós namorávamos, ele não respondeu.- confesso, as mãos do meu melhor amigo afagam os meus cabelos e deixo finalmente as malditas lágrimas caírem.
-oh nora...
-não contes ao ashton por favor. - peço num murmúrio ao que o rapaz apenas respondeu com um abraço apertado, mantenho os olhos fechados e aperto o meu corpo contra o dele, oiço a porta do meu quarto a abrir bruscamente, digiro o meu olhar para a mesma e consigo observar o moreno, os seus olhos estão molhados e a sua respiração descompassada.
-o que foi?- a minha voz sai como um sussurro triste transmitindo o meu estado de espírito.
-nora, desculpa, a sério não queria mesmo ter feito isto. por favor perdoa-me.
-não querias fazer isso? tu literalmente deixaste-me plantada no nosso encontro, negaste a nossa relação em frente a um bando de miúdas. nada do que eu te disse foi importante para ti? isto é tudo a merda de um jogo é isso? foda-se calum eu dei-te o meu coração e tu simplesmente deitas tudo ao lixo? tu não pareces a pessoa com quem partilhava segredos, o rapaz com quem podia contar tudo! eu achava que estava segura contigo ao meu lado mas cada vez sei menos. eu pensava que gostavas de mim! eu não sou suficiente? é isso? o problema sou eu? - quase grito as palavras desbloqueando o nó que se formava na minha garganta, o moreno tenta aproximar-se mas peço a michael que o impeça.
-nora, eu não sei o que se passou comigo.- confessa, o rapaz senta-se no chão e coloca a cabeça entre as pernas, observo michael a sair do meu quarto e percebo que ele me quer deixar sozinha com o calum. sento-me na cama e observo o moreno enquanto tento encontrar as palavras para conversar com ele.

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3AM || cth
Подростковая литература" [...] Eu não vejo as coisas assim, muito pelo contrário, acho que cada pessoa é especial à sua maneira, que cada um de nós toca em alguém, seja de forma positiva ou não. -Okay, e o nosso propósito? O meu propósito? Qual é?- pergunto, sento-me para...