"As voltas que o mundo dá
Você não pode controlar
Vai por aqui, vai por lá...
Se você para, o mundo continua a girar."
— Que odisseia! Isso não vai ter fim? Estou agoniada! Como vamos saber onde fica o hospital? E com certeza não vamos poder falar com ela se não for dia de visita! — falei decepcionada.
Davi resolveu pedir informação para um taxista que nos indicou o caminho e em quarenta minutos estávamos lá. O local era sinistro, bem pobre, não entendi por que um pai rico tiraria sua filha de um lugar exemplar e a largaria nestas condições.
Ficamos observando de dentro do carro por algum tempo para ver se a víamos, mas nada, até pensei que podíamos estar no local errado, então fui até a entrada e apertei a campainha.
Minutos depois apareceu um funcionário que rudemente me disse que não era dia de visitas, só no sábado que poderíamos entrar. Eu expliquei que vínhamos de muito longe, também disse que estava com muita saudade e pedi que abrisse uma exceção, mas ele não se comoveu.
— Não tem jeito, não temos o que fazer, eu implorei, só faltou eu me ajoelhar nos pés desse sujeito mal humorado! — falei aos irmãos.
— Você só não fez do jeito certo, né? — Disse Elohim.
— Hã!
— Dinheiro Ísis, é o dinheiro que governa o mundo, não o sentimento! — Elohim esclareceu.
Então em menos de cinco minutos houve uma negociação, e o funcionário disse:
— Eu não posso deixar vocês entrarem, mas quem sabe... eu possa chamar a paciente que vocês procuram para vir aqui no portão falar com vocês! Só que tem que ser rápido, não me arrumem problemas!
— Está ótimo! Ótimo senhor, obrigada! Muito obrigada! — respondi meio frenética.
Nem acreditei que deu certo, mas depois de alguns minutos comecei a achar que ele tinha me dado um golpe, pois o tempo passava e ela não vinha.
Eu já estava com vontade de desistir e de chorar desconsolada, mas fiquei ali parada encostada no carro pensando num jeito de invadir aquele local.
Foi então que vejo ao longe, vindo em minha direção, aquela figura frágil e fantasmagórica de Jasmim. Minhas emoções ficaram muito confusas, pois não sabia se me sentia feliz por finalmente me encontrar com ela ou se me entristecia ao vê-la tão mal e dopada.
Jasmim veio tentando correr e gritando meu nome com a voz bem fraca e rouca, seu olhar era de uma felicidade dolorida.
— Ísis, Ísis! Não acredito que é você! É você mesmo! Que saudade! Achei que nunca mais iria te ver! — falou Jasmim entre lágrimas pegando minhas mãos através do portão.
— Eu também senti muito a sua falta Jasmim, eu estava te procurando, mas não sabia onde te encontrar!
— Que bom que você está aqui, eu não esqueci de você nem por um instante!
— Mas e o seu noivo, você não o ama?
— Noivo? Que noivo?
— Você não estava viajando com seu noivo no mês passado?
— Não sei do que você está falando! Nunca tive um noivo, e desde que você partiu, só o que faço é pensar em você! Você não compreende meus sentimentos!
— Eu também penso em você todos os dias, por isso mandei um e-mail para o seu pai pedindo informações suas, mas ele disse que você estava viajando com seu noivo e para eu não te incomodar.
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O Livro de Ísis
RandomÍsis vive uma intensa luta pela sanidade, sua mente tão cheia de conflitos, traumas e lembranças de outras vidas a deixa sem saber qual é o limite entre a extrema clareza e a loucura. Suas experiências seriam vindas de um mundo transcendente ou ser...