Moon

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Halo! Baby voltou com mais uma atualização. Sei que não tem quase ninguém lendo, mas as pessoas que leram deixam a baby bem feliz. 

Boa Leitura e desculpem os erros :3 

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Acordo com um barulho de furadeira. Resmungo alto e pego o travesseiro do lado esquerdo e ponho no meu rosto numa tentativa de abafar aquele som infernal. Tentei dormir e pelo visto deu certo, pois só acordei com as batidas na porta. Já não havia mais o barulho de furadeira, era somente o usual barulho dos toques gentis de minha mãe.

Virei-me para o lado e esperei. Assim como todos os outros dias, contei quantos segundos ela levaria em minha porta e fiquei demasiadamente surpresa por ela demorar cerca de 50 segundos. O que havia mudado? O tempo não deveria diminuir? Por que ela demorou mais do que ontem? O que estava acontecendo?

Minha mente começou a criar acontecimentos e teorias complexas para o aumento de 20 segundos. Era assim que minha mente se comportava. Se algo saísse do planejado, eu surtava e não seria diferente com esse estranho aumento. Minha respiração estava mais acelerada, sentia ânsia de vômito, lágrimas desciam sem nenhum controle e minhas mãos tremiam como as de alguém com a doença de Parkinson.

Sabia que mamãe estava conseguindo escutar a minha respiração hiperventilada e que mais uma vez ela teria que fazer o uso da chave extra que ela teimava em guardar consigo para "situações de emergência". Essa definitivamente era uma e logo a porta estava sendo aberta com rapidez e a mulher loira vêm ao meu encontro com um saquinho de papel. Estende para mim e consigo observar suas mãos tremendo também. Ela lidava com esses tipos de coisas todos os dias no hospital, mas ela nunca saberia lidar com essa situação me envolvesse.

Seguro o saquinho e começo a inspirar pelo nariz e expirar pela boca. Com o tempo fui voltando a realidade e ela tentou se aproximar, mas eu a olhei como se a impedisse e ela respeitou o meu pedido.

─ Como se sente, querida? ─ Ela sorria ternamente para mim e eu apenas olho para o chão. Nunca conseguia olhar em seus olhos depois dela presenciar uma de minhas crises de ansiedade. ─ Okay, vou lhe deixar sozinha, mas saiba que a mamãe sempre está aqui.

Fecho meus olhos e escuto a porta fechando com cuidado. Volto a me deitar por estar sentindo o peso de três planetas em meus ombros. Sinto as lágrimas voltarem a descer pelo meu rosto e embaçarem minha visão. Pisco algumas vezes para focalizar meu olhar em meus pulsos. Haviam várias cicatrizes de vários comprimentos em diversos locais. Respiro fundo para que não perder o controle mais uma vez e me encolho na cama.

Não sei quanto tempo se passou e escuto a porta da frente fechar, mamãe havia saído para mais um plantão. Então como todos os dias, levanto-me para tomar banho e ir jantar. Entro no banheiro e percebo que ainda está claro. Dei-me conta que hoje era sábado. Dianna entrava no plantão mais cedo. Faço minhas higienes pessoais, tomo meu banho bem demorado, visto um conjunto de moletom, desço para cozinha e como já sabia que mamãe havia deixado meu jantar no micro-ondas, apenas aciono o timer e resolvo beber um pouco de água.

Escuto batidas na porta. Mas quem seria o infeliz? Assim como faço com mamãe todos os dias de manhã, ignorei as batidas até que elas cessassem e foi o que aconteceu. Suspirei aliviada e escuto o timer apitar. Tiro a porção de algum tipo de canja e como devagar. Quando terminei, pus meu prato na pia e subi novamente para meu quarto.

Senti aquela mesma vontade de ontem de observar as verdadeiras estrelas e lá estava eu, abrindo minhas cortinas e andando para minha varanda. Olho para cima e algumas estrelas já estavam aparecendo para enfeitar mais uma noite em Salem.

Escuto coisas caindo naquela varanda e viro-me na direção imediatamente. Pude ver a silhueta de uma garota bem menor que eu. Ela percebeu que eu a observava e com agilidade entrou novamente para aquele quarto. Dou de ombros e volto para meu quarto para buscar meu cobertor. Queria esperar a Lua alcançar o seu ponto mais alto no céu.

Sinto vontade de escutar música. Isso não acontecia faz pelo menos 1 ano e meio. Mesmo estranhando esse desejo, acabo por pegar meu Ipad também. Entro em meu aplicativo de música e seleciono Talking to The Moon – Bruno Mars. Acabo rindo baixinho e nego com a cabeça. Volto para a varanda com o Ipad e meu cobertor. Sento-me na minha cadeira, apoio o eletrônico na mesinha que havia ali também e envolvo meu corpo no cobertor.

Sentia meu corpo relaxado, era uma sensação boa. Sinto que estava sendo observada e novamente olho para a casa ao lado. Escutei alguém se esbarrando em algum móvel, provavelmente se assustou com minha reação repentina.

─ Não te ensinaram a não bisbilhotar outras pessoas? ─ Falo ríspida voltando a olhar para o céu e vejo a Lua aparecendo preguiçosamente atrás de algumas árvores.

A pessoa não me respondeu, mas ouvi a porta se fechando e as cortinas daquele quarto fechando-se. Dei de ombros e continuei olhando para o céu. Ouço barulho de carro, mas sabia que não era minha mãe. Provavelmente era os novos vizinhos e logo escuto gritos, barulhos de coisas quebrando, pauso a música e sinto meu coração apertando. Não sei o porquê daquilo, mas acabei levantando com o Ipad não mão e ficando em pé no canto da varanda para tentar entender o que estava acontecendo.

─ Por favor, Brian. Não foi nada. ─ Escuto uma voz feminina que estava trêmula.

─ Não foi nada? Não foi nada Mandy? Essa retardada destruiu a cozinha! ─ Escuto, quem provavelmente seria Brian.

Pisco meus olhos tentando absorver aquela informação. Resolvi não escutar mais nada e entro para meu quarto. Fecho a porta e as cortinas logo em seguida. Volto para minha cama e desligo o tablet. Repouso o mesmo no criado-mudo e fico criando hipóteses de quem seria a "retardada". Seria aquela menina que me observava? Por quê ele estava tão bravo com ela?

Minha mente começa a maquinar e percebo que a noite seria longa se não tomasse meus medicamentos. Portanto, desço mais uma vez e procuro a cestinha de remédios. Pego um calmante e engulo seco mesmo. Desligo as luzes da casa, tranco a porta do meu quarto e deito. Ainda refletia sobre os novos vizinhos quando acabo adormecendo. 

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