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Halo! Tudo bem com vocês? Dessa vez não demorei taaaanto! Espero que gostem um montão do capítulo e desculpa qualquer erro. To com muuuita preguiça de revisar o capítulo. Beijos de Luz cor de rosa. 

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Capítulo 04

Dor.

Era a única coisa que eu sentia desde o momento que eu abri meus olhos naquela manhã. Consigo mover minha cabeça em direção ao meu criado mudo para tentar olhar o relógio digital que fica ali. Hoje era domingo, mamãe não trabalharia.

Sentia minha boca seca, a dor se espalhava por toda a meu peito. Era uma crise de pânico. Como isso era possível? Eu havia acabado de acordar e já estava tendo uma porra de ataque de pânico? Até quando isso iria continuar acontecendo comigo?

─ Mãe! ─ Falo o mais alto possível e tento manter a minha respiração regular, mas a dor era demais para que eu conseguisse fazer isso. ─ Mamãe! ─ Consigo gritar antes de sentir tudo girar e eu apagar.

─ Vamos, filha. Acorda. Não deixa a mamãe mais preocupada. ─ Faço uma careta ainda de olhos fechados por sentir uma pontada em minha cabeça e abro meus olhos relutantemente. ─ Olá, Sunshine. Quase fez a mamãe enfartar hoje. ─ Sorriu fraco enquanto levava sua mão esquerda para meus cabelos iniciando um cafuné.

─ Foi outra crise. ─ falo tão baixo que não tinha certeza de que ela havia me escutado, mas assim que escuto-a suspirando soube que sim.

─ Sente-se melhor, querida? ─ Sabia que ela não iria querer tocar naquele assunto. Ela sabe o quanto machucaria ambas e eu prefiro desse jeito.

─ Sim. Obrigada por... você sabe... ─ Tento formar uma frase, mas a vergonha de ter deixado que mais uma vez ela tenha presenciado um momento meu de fraqueza não me permitia que fizesse isso. Sentia minhas bochechas esquentando e mordo o interior da minha bochecha.

─ Tudo bem, amor. Sabe que a mamãe estará sempre aqui. ─ Ela tinha um sorriso triste assim como seus olhos também demonstravam o quanto ela estava sendo afetada por aquilo.

Um sentimento ruim se apossa de mim. Seria culpa? Culpa de ter destruído a vida da única pessoa que havia sobrado que ainda me ama? Sim, o que eu sentia naquele momento absolutamente era culpa.

[...]

Já se passava das 7 da noite. Ainda não havia descido para jantar, por que naquele momento eu estava abaixada na minha varanda tentando escutar o que estava se passando na casa ao lado.

Estava um completo silencio. Nada de melodia, nada de gritos, nada de coisas quebrando. Onde eles haviam se metido afinal?

Resolvo ir jantar. Engatinho de volta para meu quarto, mas dessa vez deixo a porta da varanda aberta, assim como as cortinas das janelas. Mas o que estava acontecendo comigo?

Chego na cozinha nas pontas dos pés ─ como sempre ─ e sento no banco em frente ao balcão. Assim como em todos os outros dias que eu comecei a almoçar e jantar na cozinha junto com a mamãe, deito minha cabeça no mármore frio e escondo meu rosto. Não antes de olhar os movimentos estranhos que mamãe fazia e chamava de dança.

­─ Cacete! ─ Mamãe exclama e eu acabo prendendo um sorriso e levanto minha cabeça. ─ Porque diabos você chega tão silenciosamente, Demi? Qualquer dia desses eu vou enfartar! ─ Fala com as mãos no peito ainda se recuperando o susto e eu acabo negando e dando uma risada baixa.

A mais velha me olha com um sorriso imenso e os olhos transbordavam ternura. Faz tanto tempo que não sorrio. Sentia falta, mas ainda doía. Foi com esse sentimento de dor que o meu sorriso some imediatamente e mamãe volta a cozinhar.

Olho para a janela da cozinha e vejo um feixe de luz passar por entre as cortinas e sinto meu corpo todo ser tomado por uma espécie de curiosidade acima do normal e começo a batucar meus dedos no balcão para me impedir de subir as escadas correndo e bisbilhotar a vida dos novos vizinhos.

Novamente: o que está acontecendo comigo?

[..]

Já havia jantado e nem me despedi direito de mamãe. Subi as escadas com uma disposição que eu não estava tendo a mais de um ano e meio. Abro a porta do meu quarto de modo apressado e engatinho até a varanda. Olho para o céu estrelado de Óregon e suspiro.

Não sei quanto tempo passei observando as estrelas distraidamente, mas minha atenção se volta para um barulho naquela janela.

─ Por que você não se comporta sempre do jeito como se comportou hoje no jantar, Selena? Por que você tem que agir como uma retardada? Não pode ser normal como foi hoje no restaurante? ─ Ouço o tal Bryan falando com raiva e após concluir sua fala um silencio se faz presente. ─ Me responda, sua vagabunda! ─ Escuto um barulho semelhante a um tapa.

Controlo minha respiração que já estava ofegante. Eu não deveria estar ali. Aquilo não era da minha conta. Mas por que eu continuava ali? Por que eu tinha essa necessidade de saber o que estava se passando com aquela garota? Sou trazida de volta a realidade com mais barulhos de tapas e ouço um soluço.

─ Pode chorar. Sua mãe não está aqui para te proteger dessa vez. ─ Fala transparecendo toda a sua perversidade e sinto a ânsia de vômito me atingir em cheio.

Que tipo de pai esse Bryan é? Que tipo imundo de ser humano esse cara pode ser?

Mais tapas, ouço barulho de coisas caindo no chão e olho para minhas mãos. Elas tremiam e suavam muito. Percebo que se não saísse logo dali teria uma crise de ansiedade. Engatinho o mais rápido que posso para dentro do meu quarto e acabo me esbarrando na perna da cadeira.

Percebo que os barulhos param e sinto meus membros do corpo ficando cada vez mais pesados. Caminho devagar até a minha cama e caio na cama sentido todo o meu corpo paralisar. Suspiro pesado, fecho meus olhos pedindo a quem quer que fosse o mandante de toda essa merda que eu deixasse de existir.

[...]

Mas porque caralhos eu não fechei a porra das cortinas? Que ser humano lixo eu sou? Resmungo alto e percebo que eu tinha pegado no sono totalmente torta na cama. Pisco meus olhos tentando me centrar do que estava acontecendo e reviro meus olhos por ainda está viva. Olho para o teto.

─ Será que é pedir demais pela minha morte, hein moço? ─ Pergunto frustrada e cruzo os braços sobre meus olhos por conta da claridade incomum para uma manhã na chuvosa Óregon.

Começo a pensar em tudo o que estava havendo nessas 3 semanas que se passaram desde que os vizinhos chegaram aqui. Eles agiam de forma estranha. Bryan era violento, Serena pelo que eu entendi sofria de alguma deficiência e Amanda era reprimida pelo marido.

Agora sobre mim nessas três semanas. Comecei a fazer as minhas refeições com mamãe, percebi o quão machucada ela estava por conta de minha situação, voltei a observar o céu todas as noites assim como fazia na minha infância e início da adolescência e hoje irei tomar uma decisão que mudaria tudo.

Levanto da cama com dificuldade por conta do peso que minhas pernas tinham naquele momento e ando até o banheiro. Faço toda a minha higiene e saio do meu quarto em direção ao quarto da mamãe que provavelmente estava se arrumando para mais um plantão. Entro no quarto e ouço a mais velha no banheiro. Sento na cama tentando não pensar muito sobre o que eu iria fazer.

Demorou 1 ano e meio para que eu pudesse finalmente aceitar que precisava abrir mão de tudo aquilo que estava sentindo. Que precisava me libertar de tudo o que estava me assombrando desde aquele dia, naquela varanda, daquela casa.

Mas por que só agora?

­─ Porra, Demetria? Quando vai parar de entrar silenci...

─ Mamãe, quero que marque uma sessão com a doutora Cabello. ─ Corto a fala da loira e ela muda a sua expressão. De espanto para alívio. 

Rescued - SemiOnde histórias criam vida. Descubra agora