Olá, desculpa a demora. Perdi a inspiração, mas ela voltou e estou aqui novamente. Muitas coisas ruins aconteceram, mas elas me ajudaram a escrever. Não está tão bom, mas ainda estou pegando o jeito. Obrigada por estarem lendo algo meu.
(Obrigada, tia <3 )
Boa leitura e perdoem-me os erros.
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Era quinta-feira. Mamãe não trabalharia hoje, então seria a mesma coisa de todas as outras quintas-feiras do mês. Não ouvi mais gritos ou barulhos de coisas quebrando na casa ao lado. Nem via mais a silhueta da pequena garota e posso afirmar isso com veemência, já que após toda a gritaria daquele dia, comecei a visitar a minha varanda todos os dias. Não via as cortinas abertas, nenhum barulho de moveis ou daquela melodia.
Movida por uma coragem sobre-humana, resolvi almoçar com mamãe lá na sala de jantar. Meu coração ia acelerando com base no que eu ia me aproximando da cozinha. Vejo dona Dianna com fones de ouvido e mexendo seu corpo conforme a música. É, ela nunca mudaria, mas eu mudei. Mudei muito em um ano e meio.
Sinto minhas pernas fraquejando e resolvo sentar antes que eu caísse no meio da cozinha. Assim que me encontro sentada, apoio meu braço no balcão para logo apoiar a minha cabeça sobre ele. Minha mãe estava de costas para mim, então ainda teria tempo de ficar mais um pouco em silêncio. Fecho meus olhos por alguns instantes aproveitando o quase silêncio do cômodo, já que mamãe vivia deixando talheres caírem no chão.
─ Misericórdia, Demi! ─ Posso ouvir a voz surpresa da mais velha e apenas viro minha cabeça para conseguir ver a expressão dela de assustada com a mão que segurava uma espátula sobre o seu peito. ─ O que está fazendo aqui?
Seus olhos refletiam o quão confusa ela estava ao me ver sentada ali na cozinha, em pleno meio dia. Apenas dou de ombros e volto a esconder meu rosto para que ela não veja o quanto eu estava quebrada. Escuto-a soltar um suspiro longo enquanto voltava a cozinhar. Não faço a mínima ideia quanto tempo o almoço levou para ficar pronto, porque eu acabei pegando no sono e fui acordada com uma leve carícia em meus cabelos.
Levanto meu tronco e coço meus olhos para logo ver dona Dianna com um leve sorriso nos lábios. Até que queria retribuir todo esse carinho, porque dava para ver nos olhos castanhos escuros dela o quanto ela estava feliz por me ter ali junto com ela depois de tanto tempo.
─ Ele está grande. ─ Ela fala e acabo franzindo meu cenho confusa pela sua afirmação aleatória. ─ Seu cabelo. Ele cresceu muito. ─ Explica e eu apenas assinto. Nem havia me dado conta disso, mas pelo visto estava muito comprido.
Ela me olha por mais alguns segundos e acabo me mexendo um pouco desconfortável por isso. Olho para o chão e vejo um prato sendo posto em minha frente junto com alguns talheres. Volto a olha-la com a confusão estampada em meu rosto e ela apenas dá de ombros, como eu sempre faço.
─ Faz tempo que já não uso mais a sala de jantar. ─ Voltou a sorrir fraco e assinto meio distraída.
Minha mente começa a maquinar no quanto a minha própria mãe foi afetada por tudo aquilo que aconteceu e pelo meu afastamento tão brusco. Céus, como pude ser tão egoísta ao ponto de deixar a única pessoa que ainda me restava tão só? Os cafés da manhã, almoços e jantares sem ninguém para lhe fazer companhia. Foi então que eu me permitir observar a mulher a minha frente enquanto se esticava para pegar os copos no armário.
Ela havia emagrecido, seus cabelos não tinham mais aquele brilho de antes e assim que ela se vira para mim, pude ver as olheiras presentes abaixo de seus olhos bem mais acentuadas do que antes. Por mais que ela tivesse diversos plantões, seu rosto ainda permanecia alegre e as olheiras não eram do jeito que se encontravam agora. O que eu fiz?
Abro a boca diversas vezes para tentar me desculpar pelo o que eu havia feito com ela, mas desisto ao perceber que desculpas não consertariam isso. Eu havia me destruído e levado a minha mãe junto sem nem ao menos perceber, pois estava cega demais na minha própria dor. Sinto meus olhos marejando e olho para cima, dando um longo suspiro.
Ela serve um pouco de comida para mim e depois põe um pouco no seu prato. Começo a comer desafiando a ânsia de vomito que sentia naquele momento. Mamãe senta ao meu lado em silêncio e também começa a comer o almoço. Depois de mais algumas garfadas me sinto cheia e empurro gentilmente o prato pra longe de mim.
─ Até depois, mamãe. ─ Falo de costas pra ela, sem forças para olhar para a mulher que um dia já foi a pessoa mais sorridente que eu já havia conhecido na vida.
Saio dali apressada e eu nem sabia que eu podia andar tão rápido daquele jeito. Entro em meu quarto fechando a porta com a mesma rapidez que eu entrei. Fico encostada na porta até escutar um barulho de panelas caindo, olho rapidamente para a minha janela que ainda se encontrava fechada e coberta pela cortina grossa, mas logo dou de ombros pensando que seria mamãe sendo desastrada mais uma vez.
Estava tão cansada por ter feito todo aquele esforço de almoçar com minha mãe. Me jogo na cama e nem percebo quando caí no sono. Abro meus olhos de repente ao escutar o som da melodia que por mais que eu tenha escutado apenas uma vez, ficou gravada em minha mente. Abro a porta da minha varanda e engatinho até a beirada. Encosto minhas costas na meia parede e fecho meus olhos.
─ Não acredito que estou fazendo isso. ─ Sussurro enquanto negava com cabeça. Olho para o céu e vejo a lua minguante em destaque.
A melodia foi interrompida pelo barulho de vidros caindo.
─ O que eu já te falei sobre isso, Marie? ─ A voz de um homem ressoou naquele quarto e minha vontade era me virar para olhar o que estava acontecendo. ─ O que eu faço com você, hein? O que você acha que merece, retardada?
─ Bryan, não faça isso com ela. Lena gosta de música. É a sua única diversão. ─ A voz da mesma mulher da outra noite se fez presente e parecia estar muito preocupada.
─ Não quero saber de barulho nessa casa. Ainda mais enquanto eu estiver aqui. Eu quero sossego, Amanda. ─ O suposto Bryan estava realmente muito bravo.
─ Por favor, não faça isso. ─ Amanda implora e eu percebo que não deveria estar ali.
Engatinho novamente para meu quarto, fecho a porta do modo mais gentil que eu consegui e ando até o banheiro para tomar o meu banho. Enquanto estava embaixo do chuveiro minha mente começou a trabalhar no porquê de Bryan ser tão agressivo com a tal garota. Como era mesmo o seu nome? Marta? Regina? Jenna!
O que se passava naquela casa?
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Rescued - Semi
FanfictionDemi vivia aprisionada. Aprisionada em sua mente, envolvida e sufocada por ansiedades, dor e depressão. Dois anos trancada em seu quarto, dezenas de quilos perdidos e vários problemas psicológicos desenvolvidos. Um dia que deveria ser igual a qualqu...