O despertador tocando, me chamava para o mundo real. Demoro alguns minutos para conseguir desligar ele, graças a minha lerdeza de ficar acordada até às três da manhã conversando com Lucy, sendo que onde ela estava não se passava das dez horas da noite.
Agora o que me resta disso é o arrependimento, principalmente ao me lembrar de que hoje seria meu primeiro dia na nova escola... Depois de uma vida, entrando no mesmo colégio que Dylan e sempre o tendo ao meu lado, agora seria a hora de enfrentar aquilo sozinha.
Falando em Dylan, faz três dias que não nos falamos. O que parecia se tornar comum agora entre a gente. Pego meu celular e mando mensagem para Lucy, depois para o moreno, queria tanto conversar com ele, ouvir a voz dele e falar sobre sua pequena confissão, que ocorreu na noite que havia chegado à Inglaterra.
Assim que tomo coragem de me levantar, caminho entre as caixas e vou até o banheiro que ficava no canto. Tomo um banho rápido, seguido da minha higiene matinal e vou me arrumar para conhecer o inferno nesse ultimo ano de colegial.
Usava uma calça justa, acompanhada de uma blusa e uma jaqueta, estava um tanto frio na cidade, que era coberta por nuvens carregadas. Parecia que iria chover a qualquer momento.
Desci para a cozinha e tomei um café rápido com meu pai, hoje também seria o primeiro dia na empresa, já que deram a ele alguns dias para se estabelecer no país. Depois disso fomos na garagem e usamos o carro que a empresa havia entregado a ele no dia anterior.
O caminho foi calmo, comigo cantarolando alguma música que tocava no rádio e observando a paisagem pelos vidros fumê, Assim que o carro para em frente aos portais da escola, sinto uma louca vontade de vomitar tudo que havia comido, pelo nervosismo que se instalou.
-Não precisa ficar nervosa, filha. - meu pai diz, tentando me acalmar e segura a minha mão, percebendo que ela estava gélida, arrancando um sorriso dos lábios dele. -Acho que essa é a primeira vez que fica assim em uma nova escola.
-É a primeira vez que estou em uma escola sem ele, pai. - falo olhando para o mais velho, dava para ver a tristeza e a dor em meus olhos, como eu queria aquele moreno insuportável aqui, puxaria os cachinhos dele até ele voltar a falar comigo.
-Vai se sair bem, é a minha Milly que está ai. - ele diz sorrindo e eu suspiro, dou um beijo em seu rosto e me afasto, pegando minha mochila. - No intervalo me manda um zapzap. - ele diz me fazendo rir.
-Mensagem, pai. O senhor não está tão velho para falar assim. - digo depois de sair e ficar olhando para fora.
-Mas eu consegui seu sorriso, isso já me valeu um bom dia. - ele disse e eu fecho a porta. -Boa aula, não se esqueça da promessa. - reviro os olhos e mando um beijo para ele antes de me ver sozinha naquele lugar.
Começo a andar, recebendo a atenção de alguns grupos, talvez não seja tão comum à entrada de alunos agora, no 13º ano escolar, pré-universitário. Alguns meninos jogam alguma piadinha, mas eu ignoro e vou até a coordenação pegar meu quadro de horários.
Assim que saio de lá o sinal toca, me deixando perdida quando todos começam a correr para suas salas, em seguida, quando os corredores já estão vazios, vou até a minha nova turma, com uma sensação estranha na garganta, se eu não vomitasse até chegar à sala, hoje eu teria vencido aquele mal estar.
Assim que bato na porta, uma mulher mais alta do que eu abre a mesma, seu rosto não parecia nada simpático atrás dos óculos quadrados, assim como seu rosto, que possuía um queixo marcado e o pescoço escondido por uma papa.
-É a aluna nova, não é? A americana? - a mulher falou me olhando e eu fico em duvida do que responder, já que eu tenho natalidade daquele país. - Me responda quando falar com você, entre e se apresente para a turma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Estrela Cadente
Teen Fiction+ 16 "Mundo, por que não para um segundo? Pra eu te contar um segredo Não vou cruzar os dedos Mundo, vê se não é um absurdo Que aquela distante estrela Que eu vejo é a mesma que ele vê" ...