Estrela Cadente

13.2 - R U Mine?

-Não é mesmo, irmãozinho? – falou Theo, finalmente me olhando com ironia.

Aquilo me irritou, ele sabia bem e usou aquilo ao seu favor. Nunca gostei dele perto dela, ou admirando/elogiando a mesma, sempre tentei deixar os dois longe um do outro, principalmente depois do que aconteceu.

-Você sabe muito bem que não teve nenhuma competição entre nós dois. – falo sério, tentando não transparecer o quanto ele me irritava, mas o sorriso surgindo em sua face me deixava mais puto.

-Você sabe que teve, afinal, sempre fez tanta questão de afastar a menina de mim, a puxava para o mais longe possível quando chegava perto. – ele disse ainda me encarando, mas no segundo seguinte vira o rosto para olhar para a menina que empurrava nossa irmã no balanço. – Nós três crescemos juntos, desde sempre fomos eu, você e ela. Claro, sem dúvida alguma que um de nós iria se apaixonar por ela, mas foram os dois. Ela também poderia se apaixonar por algum de nós, mas você facilitou tanto a escolha dela, manipulando para que ela sempre visse em você o que precisa, que agora estão aí... Praticamente namorando.

-Eu não a manipulei, se ela não te escolheu foi por vontade dela. – digo o olhando com certa raiva, há tempos que eu e meu queridíssimo irmão não nos dávamos bem. – Mas você ter agarrado ela que fez ela se afastar. – seus olhos reviraram e ele soltou um bufo.

-Essa história novamente! – ele exclama jogando a cabeça para trás. – Primeiro, não acha estranho que ela falou só para você? Porque, lembro dela me defendendo logo depois do ocorrido. – ele dá um sorriso maroto. – Você não pensa que talvez ela só falou isso para você não ficar chateado com ela? Você sempre foi o favorito. – ele da um sorriso me olhando, como se descobrisse o meu maior pecado, um verdadeiro – Você também já agarrou ela, sabemos disso. – ele disse com tanta convicção que poderia jurar que ele ouviu minha conversa com Emilly ontem.

-Eu nunca fiz isso... – digo o olhando, mas mentalmente completo com: "...estando sóbrio."

-Será que não fez? Fala sério, eu já vi as brincadeiras que você fazia com ela, pareciam um casal prestes a foder, mas você fez isso parecer normal. Você acostumou ela a ser sua bonequinha sem ela perceber, você podia passar a mão nela, controlar ela e ela fazia tudo o que você dizia, tudo o que pedia. – fico com a garganta seca, fechando minhas mãos em punho. – Achou mesmo que eu não percebi isso? Que você provocava ela, e por mais que ela ficasse sem graça, ela nunca reclamou.

Pensei em argumentar com "ela nunca falou para eu parar", ou "ela que deixava", mas o fato dele falar sobre eu manipular ela, anula todas as respostas que eu poderia dar, o mesmo dá um sorriso satisfeito com o estado que estava e se levanta.

-Ela já gostava de mim, me queria por perto.

-E você sabia e se aproveitava disso, mas não se preocupe. – ele olha para ela e da um sorriso maroto, me fazendo ter um pressentimento ruim. – Eu também iria me aproveitar. – ele diz e começa a andar, quando passa por um grupo de meninas ele para e se senta ao lado de uma, começando a jogar seu charme.

Acabo ficando com aquilo na cabeça, eu realmente manípulo ela? Realmente tudo o que ele falou? Assumo que provocava ela, mas não queria tratar ela como uma boneca, será que ela vai perceber isso um dia e me questionar? E o que eu vou responder?

Meu celular começa a tocar, demoro um pouco para atender ele e escuto a voz doce da menina do outro lado.

-Vem brincar, também. Vai ficar só olhando? -dou um sorriso e a olho, a vejo mandando um beijo e eu dou uma leve risada desligando e guardando o celular.

Olho para os lados antes de me levantar e caminhar até a menina, claro que reparei um garoto mais ao fundo observando ela, mas preferi não permitir o sangue esquentar, já bastava a conversa de minutos antes. Assim que chego perto das meninas Kath pula nos meus braços e eu dou um sorriso a olhando com todo o carinho do mundo, ao olhar para Emilly, ela estava nos olhando com um lindo sorriso no rosto, como se estivesse imaginando algo extremamente bom.