17 - Epílogo

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Olho para o pequeno, filho de Lucy e Liam, enquanto o mesmo estava bastante focado no desenho colorido que aparecia em sua frente, na televisão. Ainda ficava indignada do poder que aquele bichinho tinha sobre o pequeno de 5 anos.

-Eu prometo que vou chegar mais cedo hoje! – escuto a voz da minha amiga do outro lado e dou uma risada.

-Eu já falei que ele não incomoda, Lucy! E ainda sou madrinha dele, estou aqui sempre que precisar. – digo séria, como se desse um esporro na morena por causa do seu medo. – Sei que é apegada a ele, mas ele está se comportando e ele gosta de ficar com a tia, não é meu amor?digo mais alto e escuto o mesmo murmurando, afirmando o que havia dito. – Ele está calmo, agora foca no seu trabalho. Se ficar me ligando a cada 3 minutos não vai adiantar muita coisa.

-Desculpa, sério. Sou a pior amiga do mundo, te prendendo a ele quando deveria estar descansando. – disse e eu dou uma risada.

-Não se preocupa, eu só estava enjoada, já passou. – volto para a cozinha e mudo o telefone de orelha, o apoiando no meu ombro. – Vou até voltar para o trabalho amanhã, se eu deixar acumular, vou virar uma Lucy da vida.

Começo a lavar a louça que havia sujado com o menino quando comemos algumas besteiras no café da tarde.

-Você sabe que vai passar mal de novo, não é? – ela disse como se fosse óbvio e eu reviro os olhos.

-Vou pedir pizza para o jantar, beijinhos! – digo e tiro o telefone do ouvido e desligo.

Suspiro e fecho a torneira, respirando fundo e fechando os olhos por curtos segundos. Saio da cozinha e vou direto para meu quarto, mais precisamente no banheiro dele e volto a encarar o resultado no teste de gravidez.

Havia comprado quatro, depois da confirmação do primeiro, e todos eles amostravam os mesmos dois pauzinhos para positivo. Meu coração estava apertado no meu peito, com um grande medo de ser como das outras vezes.

Teste positivo, mas útero vazio.

De tempos em tempos acontecia, havia anos que eu e Dylan tentávamos ter um bebê somente nosso, mas sempre sem sucesso. Eu sabia que a culpa era minha, mas nem os tratamentos pareciam fazer efeito.

-Emilly? – escuto a voz de Liam, limpo as lágrimas e jogo todos os testes no lixo, saindo do banheiro e encontrando o loiro na sala brincando com seu filho. – O pestinh... – quando ele me olhou o mesmo paralisou. – Deu positivo de novo? – Afirmo e me sento no sofá. – Dylan...

-Ele não sabe... Não pode sonhar com isso. – digo séria e olho para ele.

-Ele precisa saber.

-Eu não aguento mais o ver no canto depois do resultado. – digo olhando para o meu amigo e ele coloca a mão na minha coxa, me olhando. – Eu parei o tratamento... Parei a tempo suficiente para ter certeza que não é ele fazendo efeito.

-Vocês podem tentar outras formas, podem adotar Emm.

-Não conta para o Dylan.

-Vai na Mick amanhã? – ele me pergunta.

Mick havia se formado como ginecologista.

-Já falei com ela, vou ir antes do trabalho.

-Quer que eu vá com você? Ou a Lucy? – ele falou com cuidado. – Não precisa ir sozinha, Emm.

-Eu sei, mas vocês já fizeram o bastante por mim. Se for o mesmo resultado, prefiro esquecer toda essa história. – sinto meus olhos queimarem por causa das lágrimas e um nó se formar em minha garganta. – Talvez eu só não deva ser mãe. – digo baixo, mas no mesmo instante sinto as mãos de Taylor no meu rosto, secando minhas lágrimas.

Estrela CadenteOnde histórias criam vida. Descubra agora