16 - Minha Estrela Cadente

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Point of View Dylan O'Connor

Inglaterra

Estava com os olhos fechados quando comecei a sentir beijos sobre meu rosto, os mesmos desciam pelo meu pescoço, junto com as pequenas mãos de Emilly acariciando meus cabelos, já maiores e com alguns cachos.

-Bom dia... – digo baixo enquanto observo aquela morena linda, abrindo um grande sorriso.

-Bom dia, meu amor. – ela disse animada e me beija suavemente os meus lábios, dou um sorriso com aquilo. – Vamos para a escola? – ela falou e eu soltei um suspiro, jogando a cabeça para trás e reclamando baixinho.

-Não tenho escolha, certo? – falei e ela sorriu.

Eu estava parecendo um idiota qualquer, um menino apaixonado pela primeira vez... um mero garoto vendo sua deusa particular em sua frente, completa e unicamente para ele. Ela sabia desse efeito, sabia que conseguia me diminuir, me colocar em seu bolso. Mesmo que fosse algo tão íntimo para nós dois.

-Vamos logo, vou lá arrumar o café. – ela disse e eu afirmei, a mesma se levantou da cama, mas eu a puxei novamente, a fazendo cair em meu colo em meio a sua risada.

-Te amo. – falo abaixo e afasto seus fios da sua curvatura do pescoço, o deixando livre para meus olhos e minha boca.

-Também te amo... – ela fala baixo enquanto começo a beijar aquele lugar. – Você sabe que isso é golpe baixo.

Ah eu sei... como eu sei. Mas reconheço que é excitante a ver arrepiada, com os olhos fechados e um pequeno sorriso no canto esquerdo dos lábios. Era lindo.

-Eu já vou. – digo a olhando e a mesma se levanta, me fazendo olhar diretamente para seu corpo, percebendo-o completamente coberto por panos. Com certeza estava bem frio lá fora.

Assim que ela saiu do quarto eu suspirei, fechei os olhos por alguns segundos e dei um pequeno sorriso ao abri-los e reparar no ursinho que havia lhe dado meses atrás. Ele estava ali a todo o momento, a única testemunha capaz de falar com todas as palavras o que passamos.

Nosso primeiro beijo, nossas brigas... Uma pena que ele não estava com ela durante nossa primeira vez.

Esse pensamento me faz gargalhar, me levanto da cama e caminho para o banheiro, pronto para fazer todo o ritual da minha higiene matinal. Assim que estava pronto, já com a roupa trocada, desci as escadas da casa, encontrando minha pequena ao lado de seu pai, ambos olhavam fixamente a televisão que passava o jornal matinal.

Vou para a cozinha, deixando um beijo na testa na minha morena e pedindo benção ao meu sogro, que por anos foi um tio/pai para mim. Assim que pego uma caneca com café e alguns biscoitos vou me juntar a eles na sala.

O jornal falava sobre o tempo naquela hora, explicava o motivo da chuva e do frio que atingiam o país. Mas, no momento, eu olhava para a menina aconchegada no pai.

-Vem para cá, Dylan. Tem espaço, não precisa ficar aí sozinho. – disse Joseph em um tom amigável, dou um sorriso e me levanto, me sentando ao lado dele. – Eu quero conversar com vocês dois.

O homem falou, seu tom era sério e ele olhava para nós dois, ele tira o braço ao redor da menina e pede para ela passar para o meu lado, assim ela faz.

-Talvez seja um pouco cedo para falarmos sobre isso, mas quero ter certeza do que está acontecendo sob o teto dessa casa. – ele diz nos olhando, por um instante pensei que começaria aquela conversa constrangedora sobre: "De onde vem os bebês?". – Dylan, eu sei que você escolheu ficar aqui, ao lado da Emilly, reconheço todo o amor que vocês sentem um pelo outro e a história de vocês. Não quero ser o monstro que fala que vai ser um mar de rosas daqui para frente, um sonho adolescente. – ele dizia sério, minha mão, inconscientemente, foi para a cintura da menina para abraçá-la. – Morar junto com alguém é uma merda, não é como você morar com seus pais, ou algum parente. Vocês vão brigar, não pensem que não. Vocês vão se odiar, vão querer ir embora. Abandonar tudo vai parecer mais fácil quando acontecer. Vocês vão poder desistir, isso é normal. – ele fez uma pausa e pareceu olhar com calma minha mão, que estava na cintura da filha dele. – O amor é ótimo. É incrível estar perto de quem amamos, é único o sentimento de acordar do lado da mesma pessoa todos os dias. Mas nunca é fácil tudo isso.

Estrela CadenteOnde histórias criam vida. Descubra agora