11 - Eu Estou Aqui

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Ao ouvir a voz de Austin e meus olhos encontrarem com os dele, todo meu corpo trava, problematizando minha reação em sua frente. Não sabia o tamanho da cara de pau que aquele menino poderia ter, como poderia agir tão inocentemente depois do que aconteceu? Como ele acha que seria minha reação ao olhar sua cara nojenta novamente?

Senti repulsa só de pensar que, um dia, já deixei aquele garoto ser tão próximo de mim, ao ponto de acreditar que poderia confiar nele, o analiso de cima a baixo e nego com a cabeça, quase que de imediato, Dylan estranha minha reação ao ver o menino, mas é claro! Até uma semana atrás eu dizia que iria encontrar ele no cinema, ou no shopping, ou em qualquer outro logo, já que sua companhia se tornou constante.

-Por favor, saia daqui. – digo baixo, o olhando nos olhos. Só de ver seu rosto, meu estômago já se revirou.

-Eu preciso falar com você, Emilly. – ele segurou meu braço, como se quisesse me puxar a força para ir com ele. – Precisamos con... – Puxo meu braço com brutalidade

-Eu não tenho nada o que falar com você, e você só tem que sair da minha vida o mais cedo possível de preferência! – digo com uma voz mais séria, olhando para ele como se fosse um verme.

-Não escutou ela? – a voz de Dylan se tornou firme ao meu lado, quando passou o braço pela minha cintura.

-Ah... Agora entendi, o mauricinho chegou em Londres, que lindo! – a voz de Austin era de repulsa ao olhar para Dylan. – Como você pode gostar de alguém como ele? – um sorriso surgiu nos lábios dele. – Claramente um maconheiro alcoólatra. – ele disse e meus olhos se arregalaram, por impulso agarrei o braço de Dylan o segurando, mas segundos depois o rosto de Austin foi atingido por um soco de Benjamin.

-Eu não falei para você ficar longe dela?! – a voz raivosa do meu primo fez um frio na espinha surgir. – Quer que eu te arrepende de vez, muleque? – Benjamin havia segurado o colarinho da blusa de Austin, o mesmo deu um sorriso, fazendo todos verem os dentes sujos de sangue.

-Olha quem chegou... O engraçado é que você nunca apareceu quando fazia visitas para a Mick a noite, não é?

Acho que não preciso comentar a roda que havia se formado em torno dos dois, eu puxei Dylan para fora do centro, não queria confusão para a gente, principalmente para ele que era de fora.

-Barbara, fica com o Dylan aqui. – digo ao ver a loira, que estava de mãos dadas à Luna, apesar de achar estranho, volto para perto dos dois meninos que estavam quase se matando.

-Parem vocês dois! – digo tentando afastar Ben de cima de Austin, junto com mais dois meninos do time. – BENJAMIN! – digo irritada, gritando, praticamente, em seu ouvido. – Sai de cima dele.

Parecia que Benjamin havia sido possuído pela raiva, quando ele me olhou pareceu aliviar um pouco sua tensão e saiu de cima do garoto, já que os meninos conseguiram tirar ele dali.

-O que aconteceu aqui?! – a voz estridente da diretora se fez presente. – Austin, Benjamin e Emilly, na minha sala agora mesmo! – olho para meu primo e ele cospe um pouco no chão o sangue que estava em sua boca, o ajudo a andar até a sala, mesmo sendo Austin que estava pior. Mas naquele momento as vinte líderes de torcida choravam e tentavam cuidar dele enquanto éramos todos guiados pela mulher esguia, com cabelos loiros amarrados em coque e de óculos meia lua.

Assim que nós três estávamos na frente da diretora, ela começou a andar de um lado para o outro, como se pensasse e parou olhando para nós três.

-Em meus 29 anos como educadora nunca vi uma briga de alunos nessa proporção, vocês pareciam animais brigando. O que me surpreende é o fato de se tratar dos principais atletas do nosso time, que sempre foram amigos. – ela diz se sentando em sua cadeira e ajeita um dos lápis, aliando-o em relação às folhas de papel, como se tivéssemos reparado ele fora o lugar.

Estrela CadenteOnde histórias criam vida. Descubra agora