Se apaixonar pelo garoto mais popular do colégio não é nada incomum, nem que esse garoto seja seu melhor amigo. Também não é incomum que você perca a virgindade com ele e, obviamente, não é incomum que você se apaixone por ele.
Não é incomum que es...
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Marco Müller
Alguns meses depois
O vento forte bate em meu rosto quando eu paro, coloco minhas mãos na altura dos meus joelhos e respiro fundo.
A adrenalina ainda corre pelo meu corpo e eu gosto disso, gosto de sentir meu sangue pulsar rapidamente pelas minhas veias, isso me faz sentir ainda mais vivo.
— Você vai disputar as Olimpíadas? - Éric me faz rir e eu o olho
— Você é meio idiota, sabia? - ele ri
— Sua irmã ama isso. - eu reviro meus olhos
— É desnecessário você me dizer essas coisas, sabia? - ele ri
— Somos casados a cinco anos, já deveria ter se acostumado. - eu nego
— Nunca vou acostumar a ouvir você falando essas coisas da minha irmã. - ele dá de ombros e ri
— Minha esposa é gostosa e a gente transa sempre, supere!
— ARG, não quero mais sua companhia nas minhas corridas. - ele ri e eu ando até o carro — Quer carona? - ele nega
— Como se eu fosse aceitar. - ele bufa — Meu carro tá na outra quadra. - ele se despede e eu encaro meu amigo e cunhado correr até seu carro exclusivo que eu fiz pra ele
Berner, meu motorista, me espera com o mesmo sorriso educado de sempre. Lembro de quando a Valentina me perguntou sobre ter um motorista.
Valentina.
Essa é uma memória agridoce pra mim, ainda penso nela, confesso, mesmo ela sendo mulher de um dos meus melhores amigos, mas não penso nela como costumava pensar.
Eu não digo que a amo, não sei se o sentimento que senti por ela foi esse, mas hoje não sinto. Hoje meu coração não acelera como costumava acelerar por ela, hoje só me faz sorrir calmamente.
— Pro apartamento ou pra casa dos seus pais? - eu encaro o Berner
— Apartamento. - me encosto no estofado cromado e respiro fundo
Meu celular vibra no meu bolso e eu o pego, rio quando vejo a imagem daquele ser idiota mais engraçado do mundo.
— Olá Dante. - ele se tornou um grande amigo desde que nos conhecemos a quase três meses
— Oi alemão, como ocê tá? - eu falo português, aprendi anos atrás ainda por causa da Valentina, achei que seria legal saber quando começamos a nos envolver, mas não aconteceu, foi útil, claro, já que todos meus amigos se casaram com uma brasileira, mas eu mal entendo esse cara
