Se apaixonar pelo garoto mais popular do colégio não é nada incomum, nem que esse garoto seja seu melhor amigo. Também não é incomum que você perca a virgindade com ele e, obviamente, não é incomum que você se apaixone por ele.
Não é incomum que es...
“Você tenta não se lembrar e percebe que nunca se esqueceu.”
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João Vicente Morais
— Eu acho que eu estou apaixonada. - eu franzo a testa e me viro para encarar seu perfil
Estamos deitados no nosso lugar, nada de mais, só o lugar aonde gostamos de ficar de vez em quando. A beira do penhasco, numa montanha do outro lado da Fazenda.
— Apaixonada? Tá maluca? - ela ri e nega
— Qual é o problema d'eu estar apaixonada, Vince? - eu dou de ombros
— Nenhum, mas quem vai ser minha a minha amiga de copo?
— Vicente, eu tô apaixonada, não proibida de beber. - eu dou de ombros outra vez e fico quieto
Eu sei que ela odeia isso, sempre odiou, se tem uma coisa que essa menina odeia é que não se importem com ela. Não que eu não me importe, mas ela detesta isso e implicar com ela é uma das coisas que eu mais gosto.
— Vince. - ela bate no meu braço e eu rio, sempre faço quando estou com ela
— Que foi, merda?
— Fala alguma coisa, acabei de falar que eu tô apaixonada e ocê não disse nada. - dou de ombros
— O que quer que eu fale, trakinas? - ela revira os olhos
— Trakinas é meu cú. - eu faço cara de chocado mas por dentro tô rindo
— Que feio, uma moça como você xingando.
— Ah, vai-te à merda! - ela se senta e eu encaro suas costas
Ela tem sido minha amiga pelos últimos dois anos, quando eu conheci seu irmão. É engraçado pensar nisso, já que sempre via ela pela cidade e nunca falei com ela.
Otto é um amigão, fez pré comigo e fizemos uma amizade foda, o estranho é que eu não sabia que ele era neto do seu Giácomo, o padeiro falastrão da minha cidade.
Essa gordinha aqui é a cara da dona Mafalda, a esposa do seu Giácomo, também trabalha lá e só tivemos o que falar quando Otto nos apresentou oficialmente.
Ela estudava na mesma sala da minha irmã, nunca foram muito próximas, Valentina tem a sua rodinha de amigas bem fechadas, mas, pelo que minha irmã me disse, essa menina era a excluída da escola.
A gente se tornou amigos de verdade quando ela se perdeu, eu conheço essa região como a palma da minha mão e não foi difícil achá-la e, adivinha onde ela estava?
Bem aqui, nessa montanha, ela me disse que aqui ela se sentia mais próxima da natureza e, diferente da maioria das meninas que eu conheço, ela ama natureza, ama estar suja de terra, se aventurar, ela ama mais do que tudo isso os animais.
