Capítulo 12

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“Permita-se começar novamente, é lindo.”

— Um Papel 

Gabriela Alves

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Gabriela Alves

Minhas mãos estão tremendo, subir nesse palco e receber meu canudo do diploma é mais do que eu achei que faria.

Nunca passou pela minha cabeça fazer faculdade, sempre quis rodar o mundo, morar em outro país e não voltar pro Brasil.

Não é porque eu odeio meu país, não é isso, só que eu sempre quis ir pra outro lugar, ficar por lá, encontrar outro lugar diferente daqui.

Mas eu amadureci, cresci e percebi que era preciso muito dinheiro pra eu poder morar em outro país. A passagem é cara pra cacete, imagina o custo de vida?

Então minha mãe maluca me obrigou a começar uma faculdade, meu pai a ajudou nisso e eu me vi entrando nesse antro de malucos.

Aqui estou eu, prestes a receber minha liberdade em forma de diploma e um mega medo tomando conta de mim, me dizendo que tudo isso foi perda de tempo. E dinheiro, logicamente.

— Respira fundo e vai. - digo a mim mesmo e encaro a platéia onde meus pais e meus amigos comemoram comigo

O reitor me entrega o canudo e me deseja sorte, eu sei que vou precisar. Hoje em dia tá muito difícil conseguir emprego e nem ter mais uma faculdade ajuda nisso.

Depois da cerimônia de graduação eu e todo meus amigos vamos pra uma churrascaria. Isso é muito de gaúcho e, disso, eu não me incomodo nenhum pouco de ser daqui.

Não é que eu tenho vergonha de ser gaúcha, brasileira ou quem eu sou, não tenho, só que eu quero ser cidadã do mundo, quero ser do mundo e não só daqui.

É tarde quando eu, a May e o Lipe voltamos para nosso apartamento, Lipe ri de nada em específico e eu fico observando a May bem de pertinho.

Por mais que o tempo passe, ainda sei que ela sofre com tudo, principalmente essa semana que fez exatos três meses do que tudo aconteceu.

Os irmãos, os pais dela, todo mundo já tentou, conversou, fez de tudo pra ela superar, pra ela esquecer, mas isso é com o tempo, só ele pode fazer as coisas se tornarem melhores.

Sei disso porque foi assim comigo. Só superei mesmo com o tempo, só segui em frente de verdade quando o tempo me curou.

A May ri do Lipe, mas não é o mesmo sorriso, é um sorriso sentido, doído. Ela me olha e sabe o que estou pensando. Esse é o bom de se ter uma melhor amiga, você sempre sabe o que a outra pensa.

Amor Enfim - Série Loucas Para Amar #5Onde histórias criam vida. Descubra agora