02 - Todo mundo tem um segredo.

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Cole abaixou a cabeça ao ouvir o barulho das sirenes policiais, enquanto tentava flexionar os dedos tensionados. Fez uma careta de dor e ouviu pessoas gritando, mas estava apenas parcialmente consciente do que estava acontecendo a sua volta. Ouviu portas de carros batendo, e em seguida quatro flashes estouraram em sua direção.

— Cole, só uma palavrinha – uma garota gritou com um microfone. – Cole!

Dois seguranças a mantiveram longe, e ele apenas suspirou rapidamente, aliviado de pelo menos não precisar lidar com aquilo. Esfregou os olhos e um policial se apresentou.

— Sr. Sprouse, eu sou o Oficial Tanner. Você vai ter que me acompanhar até a delegacia.

Onze horas antes...

Cole abriu os olhos com dificuldade no quarto escuro. O relógio marcava três e quarenta da tarde, mas ele não se assustou por ter dormido tanto. Lembrava-se de ter entrado ali com a luz do dia, então aquele sono todo era no mínimo justo. Bateu a mão nas costas de uma garota sem querer ao se espreguiçar. Obviamente, não tinha a menor ideia de quem era, apenas olhou curioso para as curvas do corpo de modelo e o cabelo tingido de loiro platinado. Mais uma aspirante à atriz, provavelmente. Ouvira dizer que Hollywood recebia 500 delas por dia.
Aproximadamente 450 passavam pela sua cama.
A menina não levantou, mas ele estava de bom humor então resolveu não acordá-la. Seu estômago estava roncando, então se arrastou porta afora e tentou não tropeçar e morrer ao descer as escadas do loft triplex para onde se mudara há aproximadamente quatro meses. Acendeu um cigarro pelo meio do caminho, pegou um pedaço de pizza gelada e se jogou no sofá.
Ao ligar a televisão, a cara de Lili foi a primeira coisa que viu.
Praguejou baixo, porque aquilo só podia ser perseguição – no único dia em duas semanas que não precisava aturá-la, lá estava ela, linda e suja de tinta neón em uma balada.
Coçou os olhos. Tinta neón? Lili? Estava tão bêbado assim?
Alguns caras magricelas, tatuados e com cabelos jogados na cara apareceram na tela, entrando nessa mesma balada, e um deles se jogou em cima de Lili, que sorriu e parecia honestamente bêbada.
Ele sabia quem eram aqueles caras, mas não lembrava de onde, nem por quê. Levou trinta segundos pra reparar que estava na VH1, e depois esperou dois minutos para ver que aquilo era um clipe de uma banda (tosca) chamada "Memorial Stripper". Gargalhou tanto que quase caiu do sofá, antes de mandar um SMS irônico para a sua amada co-star, falando algo sobre ela parecer muito mais divertida naquele clipe de merda.
Ela não respondeu, o que foi absurdamente estranho – Lili adorava mandar SMS com palavrões em capslock que ele vivia jurando que ia printar e espalhar por aí para estragar sua imagem de santa.
Sprouse nem teve tempo de se preocupar, porque a loira platinada apareceu nua na sala, tirando totalmente seu foco.

Passava das dez da noite quando Cole recebeu um SMS de uma garota chamada Kayla Becker, uma participante de reality show conhecida por Kay-Kay, que era francamente irritante e terrivelmente gostosa. Apesar da voz fina e da mentalidade de uma criança de seis anos, Kay-Kay tinha o dom de dar algumas das festas mais memoráveis de Vancouver. E a de hoje seria em homenagem a algum melhor amigo gay descartável no Drai's. Cole gostava do Drai's e de Open Bar, então não se preocupou que teria gravação no dia seguinte – sempre dava um jeito, afinal – e logo estava no carro, com a loira platinada que ele ainda não decorara o nome a tiracolo.

End Of Flashback

Foi só quando estava segurando uma placa com seu nome em frente a um painel que marcava sua altura que percebera a merda que tinha feito. Não se sentia culpado, e francamente, ainda estava muito puto com a situação toda. Seu agente chegou junto com seu advogado, e Sprouse não soube decifrar qual dos dois parecia mais a ponto de sacar uma arma e atirar em sua testa.

— PUTA QUE PARIU, COLE! – Mark, o agente, berrava. – ESMURRAR A PORRA DE UM PAPARAZZI? VOCÊ PERDEU O PINGO DE JUÍZO QUE AINDA TINHA DENTRO DESSA SUA CABEÇA DE MERDA?

Behind The Scenes | SPROUSEHARTOnde histórias criam vida. Descubra agora