18 - It Ain't Me

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Cole abriu os olhos e se deu conta que tinha dormido no tapete da sala, mas não lembrava exatamente como tinha ido parar ali. Tentou sentar, mas cada músculo de seu corpo, por menor que fosse, estava dolorido devido à posição em que tinha dormido aquelas pouquíssimas horas. Estralou o pescoço e as costas, xingando baixo, e encarou as inúmeras garrafinhas vazias de cerveja que estavam na mesinha de centro com um pouco de surpresa, porque há meses não acordava em um cenário assim.

Há meses também não via tantos cigarros no cinzeiro – por Deus, ele havia parado de fumar, praticamente, sem nem perceber -, mas agora havia praticamente um maço ali. Apertou os olhos, dividido entre a confusão que essa constatação sobre bebida e cigarros lhe causara, a dor física por ter desmaiado no tapete, a dor de cabeça que parecia aumentar a cada instante, mas principalmente aquela ridícula dor que era lembrar o que tinha acontecido na noite anterior.

— Porra – xingou, alto o suficiente para encolher o corpo com a dor de cabeça, e arremessou uma garrafa do outro lado da sala, ainda sentado, mas a garrafa caiu de qualquer jeito no tapete fofo e nem quebrou. – Porra, de novo – xingou, levantando, e pegando outra garrafa.

Arremessou-a na parede, e quando o barulho do vidro espatifado ecoou na sua cabeça, finalmente conseguiu soltar o ar pela boca. Quem ela pensava que era, para ir embora com aquela desculpa ridícula?
A Ava era uma ninguém, nem se lembraria dela, se não fosse...

— Ah, inferno – rolou os olhos, incomodado por seus pensamentos, e caminhou a passos largos até seu próprio quarto.

Fuçou umas quatro gavetas até encontrar uma chave, e voltou correndo até o quarto de hóspedes. Deu uma olhada de relance no berço, trincado de cima abaixo, e estremeceu. Bateu a porta e a trancou, guardando a chave em uma gaveta da sala, e então começou a recolher os cacos de vidro que viu por ali, decidido a não pensar mais em nada. Acendeu um cigarro e o pendurou na boca enquanto fazia isso, depois se serviu de uma dose de Whisky, e ouviu a campainha tocar.
Deu um pulo, assustado, com várias imagens voltando para a própria cabeça, mas no segundo que pensou em se mover, Camila irrompeu pelo apartamento, com a chave na mão.

— Achei que tinha esquecido minha chave – ela disse, olhando em volta do apartamento e girando o corpo, sem nem disfarçar. Seu olho pousou na sacola com vidro quebrado, depois ela encarou Cole, que ainda estava dando uma tragada no cigarro e tinha um copo na mão, antes das oito da manhã. Arqueou uma sobrancelha. – Parece que as coisas andam muito bem por aqui.

Cole deu de ombros, deixando o copo na mesa e recolhendo as garrafas.

— Tinha muito texto para decorar, então fiquei por aqui, na sala. – ele respondeu calmamente, depois estralou as costas, e Camila riu.

— Qual é, Cole? Tenho cara de palhaça?

— Sim.

— Vá à merda – ela disse, vendo-o sumir pela cozinha, e o seguiu até lá. – Eu sei sobre você e a Lili.

— Você o quê? – A voz do ator saiu mais esganiçada do que ele pretendia, mas não estava ligando. – São oito da manhã!

— Eu estava com o Casey quando ela ligou chorando dois rios inteiros para ele.

— Você e o Casey são amigos fora do resto do grupo? – Cole perguntou, com a testa franzida, e Camila deu de ombros.

— Ele precisava de ajuda para organizar o guarda-roupa por cores – disse, e Sprouse fez uma careta. – Há vida fora do nosso casal preferido de Hollywood, meu caro Cole Sprouse.

— Não somos um casal! – Cole praticamente cuspiu as palavras, saindo da cozinha, e Camila bufou, voltando a segui-lo.

— Não são agora.

Behind The Scenes | SPROUSEHARTOnde histórias criam vida. Descubra agora