13.1 - London

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Lili se esticou na poltrona da primeira classe do avião. Odiava voos longos e descobriu que viajar grávida em um deles era exatamente o inferno, mas o que poderia fazer àquela altura (literalmente)? Sentou e encarou Cole, que estava de fones de ouvido e com o olhar vidrado na televisão de bordo.

— Cole. – acenou e ele tirou o fone. – Eu estava pensando, aqui... – disse, abaixando o tom de voz. – Você não me contou nada sobre a sua família! Eu só conheço o Dylan, que alias nem veio porque preferiu ficar com a Barbara, vou pagar o maior mico e todo mundo vai saber! – finalizou, com a voz afetada e parecendo realmente preocupada, mas o ator simplesmente deu de ombros.

— Não tem problema. – disse e Reinhart arqueou a sobrancelha.

— Claro que tem problema! – ela retrucou, nervosa. – Que tipo de casal é esse que a garota não sabe nada da vida do cara? Pelo menos nada que preste, além das coisas que saem nos tabloides.

Cole rolou os olhos, também sentando. Ele a encarou.

— Vai por mim, Lili. Na minha família é mais falso você saber de alguma coisa, do que não saber de nada. – ele disse e a garota arregalou os olhos.

— Vocês são tipo da máfia ou alguma coisa assim? – disse e Sprouse riu baixo.

— Somos todos agentes secretos. Na verdade, eu sou seu guarda costas. Apenas finjo ser ator para despistar os assassinos. – ele disse, depois gargalhou da cara que Lili fez.

— Idiota!

Ele sorriu, depois colocou os fones de volta e fechou os olhos, contrariando-a.

— Dorme, Lili.

Lili estava completamente exausta, quando finalmente desembarcaram no aeroporto de Manston, em Kent, depois de outro voo interno vindo de Londres. Dali para Canterbury, a cidade que a família de Cole morava, ainda seria necessário mais meia hora de carro, e ela esperava que aquele esforço valesse a pena, porque já tinha se arrependido da brincadeira. Arqueou a sobrancelha e encarou Cole, que estralava os dedos freneticamente e não parava de batucar no carrinho de bagagens. Automaticamente, lembrara-se da chegada dos dois em Cleveland e imaginou que talvez ele estivesse passando pela mesma coisa, porém era estranho ver Sprouse assim tão inquieto.

— Nervoso? – ela perguntou enquanto Cole colocava as malas no carrinho. Ele negou com a cabeça.

— Não, normal. – disse, mas obviamente a atriz não acreditou.

— Seria mais convincente se você conseguisse parar quieto. – brincou, mas só recebeu um sorriso meio mecânico de volta.

Cole não estava para papo. Já não bastava as trilhões de horas de avião, e olha o que ela ainda tinha que aturar.
Estava prestes a sacar o telefone e ligar para alguém só pelo prazer de ter o que falar quando Cole parou em sua frente, no meio do estacionamento da locadora de carros, com um olhar incerto. Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas depois engoliu seco, e repetiu o gesto, até finalmente chacoalhar a cabeça e a encarar.

— Bom, só pra você saber. – ele disse, calmamente. – A minha família é muito diferente da sua.

— O que isso quer dizer? – Lili questionou, cansada demais para esse mistério todo. Cole deu de ombros.

— Só não espere uma recepção como a sua, certo?

Ok, pense, Lili.
Teve uma recepção muito calorosa em casa, embora seu pai quase tenha a matado do coração com o papo do casamento. Então devia esperar uma recepção fria? Inglesa, talvez? Cole era até dado demais pois era um italiano/americano, para falar a verdade.

Behind The Scenes | SPROUSEHARTOnde histórias criam vida. Descubra agora