07 - Midnight Memories

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Era aquilo.
Lili estava segurando o telefone tentando abafar qualquer som externo, mas suas mãos tremiam. Não estava acostumado a lidar com pais de namoradas, especificamente quando o lance todo era uma farsa. Sempre pulava fora de relacionamentos pouco tempo antes de precisar ser obrigado a conhecer a família de qualquer garota, então sua primeira reação foi paralisar, em pânico. Lili mexeu o telefone em sua frente.

— Atende logo. – ela sussurrou, quase inaudível.

Cole negou veementemente com a cabeça.

— Fala que eu to dirigindo. – disse no mesmo tom, mas, para sua surpresa, ouviu uma voz grave e masculina sair do aparelho, alto demais no silêncio absoluto.

— Eu não ligo se ele está dirigindo, é pra isso que serve o viva voz! - o pai de Lili logo disse e a garota quase tacou o celular no teto.

— Não... – Cole disse baixo, vendo Lili movimentar o dedo para colocar o aparelho no viva voz. A garota tampou o rosto com as mãos, instintivamente, e Sprouse apertou os olhos, como se pudesse fazer aquele momento desaparecer num passe de mágica.

— Pode falar, pai. – a atriz disse, com a voz baixa demais. – Ele está ouvindo.

Cole tinha parado o carro no estacionamento de um supermercado porque Dan Reinhart estava falando sem parar há mais de vinte minutos. Lili parecia querer morrer a qualquer instante e Sprouse estava francamente assustado com a reação do cara. No que tinha se metido? Tinha que ter deixado o idiota do Little lidar com esse pai completamente maluco.

— ISSO É UM ABSURDO! – Dan berrava. – Ainda mais nos dias de hoje, em que mundo vocês dois vivem, pelo amor de Deus? Lili, esse cara está nas páginas policiais! PÁGINAS POLICIAIS! O que diabos você estava pensando?

— Pai... – aquele era, pelas contas de Cole, o décimo oitavo "pai" que Lili soltava, em mais uma tentativa falha de dizer alguma coisa.

— Sr. Reinhart. – ele ouviu sua própria voz falar, mas não teve tempo de perguntar a si mesmo por que diabos tinha feito aquilo. E pela primeira vez percebeu que o senhor se calara. – Não planejamos isso... Foi um acidente.

Lili arregalou os olhos e encarou Sprouse, mas antes que o ator pudesse pensar, Dan Reinhart parecia ter entrado numa torrente de palavrões do outro lado.

— VOCÊ ESTÁ ME DIZENDO QUE MINHA FILHA É UMA QUALQUER NA SUA CAMA?

— PAI!

— Não, não, Sr. Reinhart, não foi isso que eu disse. – Cole se apressou, mas logo fora interrompido.

— VOCÊS DOIS SÃO UNS IRRESPONSÁVEIS!

— Dan, menos, por favor. – eles ouviram uma voz tímida do outro lado da linha.

— Como menos, Amy? OLHA O QUE ACONTECEU!

— MAS VOCÊ GRITANDO NÃO VAI MUDAR ABSOLUTAMENTE NADA. – a mulher berrou, finalmente, e Cole encarou Lili, que estava prestes a chorar.

— Oi, mãe. – ela disse, com a voz embargada.

— Oi, princesa. – a mulher disse no mesmo tom choroso. – Olá, Cole. Desculpem pelo seu pai. Ele não aceitou a notícia muito bem, não que nenhum de nós tenha, mas para ele é pior, sabem como é...

— Nós entendemos. – Sprouse respondeu, rapidamente.

— Ok. – Dan voltara a falar, depois de um suspiro audível. – Nós conversaremos melhor sobre isso pessoalmente.

— Pessoalmente? – Cole e Lili disseram em uníssono, atordoados.

— Exatamente, Lili. Traga o rapaz no feriado de 4 de Julho.

Behind The Scenes | SPROUSEHARTOnde histórias criam vida. Descubra agora