Borboletas

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☆Dedicado à ThaizaCarvalho7☆

Eu não sentia mais desejo de escrever.
Por dentro havia virado inverno.
Por dentro havia virado pedra de gelo.
Internamente um lugar poluído pela ilusão. A poluição sonora de uma rejeição soava em meus ouvidos.

Nunca mais tinha sentido a essência de um amor correspondido.
Nunca mais tinha sentido aquele gostoso frio na barriga.
Tudo acabou, tudo se foi, tudo se tornou escuridão.
Alguém saiu, mas antes me deixou uma bagunça e levou meu sol consigo. E por um breve momento o meu mundo pareceu sem cor, sem tonalidade, sem sentido.

Esse frio que sentia, às vezes me dava medo, mas acabei encontrando ousadia para enfrentar meu fatasma.
Agora sinto que as borboletas já estão no casulo outra vez.

O inverno se foi e aqui dentro sinto tudo florescer.
E com o florescer as borboletas também estão prontas para sair.
Elas querem ser livres, sair daqui e pousar em você.
Você para elas é um jardim.

Toda vez que te olho, ou que penso em você, elas voam no meu mundo interno. É difícil ocultar, é difícil contê-las. Me sinto nervosa, é mais forte que eu, elas voam e se batem umas nas outras, o espaço é pequeno demais.

Só posso dizer que aqui dentro é apertado e são milhares, e cada vez o espaço é menor.
Sinto dó, mas não posso deixá-las sair, se não voarão em você e então descobrirá o que ando ocultando.

Só posso te desejar de longe, pois és um jardim proibido.
Minhas borboletas terão que se contentar com o pequeno espaço que tenho a oferecer.

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