Capítulo 8

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Comecei a me arrepender no exato momento em que aceitei.

Eu não deveria ter aceitado sair com Luke por onde quer que ele fosse, para mim ele era um estranho, para ele eu também deveria ser uma. Eu não fazia esse tipo de coisa, não aceitava sair com estranhos, e ainda mais um cara. Um cara que eu só sabia o nome, que tinha um fraco por corridas clandestinas e que com toda certeza tinha perdido alguém importante. Isso a gente conseguia ver no olhar da pessoa.

— Espera! Eu não vou subir nessa moto de novo. Eu estou de vestido, isso é...

— Se a sua preocupação é essa, não tem problema. Eu não vou olhar. — E novamente aquele sorriso provocativo no rosto ao mesmo tempo ele piscou pra mim, e desviei o olhar, constrangida.

— Não é só isso. E-eu... Tenho medo. Só aceitei da última vez porque sai correndo com você por causa daqueles guardas.

— Está com medo? — perguntou ele em tom de deboche e divertimento na voz, me encarando.

Eu não me importava se ele estava querendo rir da minha cara, mas eu estava com medo. Talvez... Um pouco.

— Essa é a chance de você fazer algo diferente e emocionante, ou pode continuar vivendo a sua vida com fortes emoções, tipo, chegar tarde em casa ou tiro ao alvo em um parque.

Eu sabia que ele estava debochando de mim de novo. Eu, toda cuidadosa, que não me atrevia a fazer coisas perigosas e ele, todo confiante, vivendo a vida no limite do perigo e da adrenalina. Minha vidinha poderia ser até sem graça, mas eu gostava dela.

Sem contar que não deixaria que ele tivesse a chance de me chamar de sem graça.

Eu peguei o capacete da mão dele.

— Vou te mostrar que não sou tão sem graça quanto pareço ser.

Um sorriso se formou nos lábios dele. Luke devia ter achado interessante. Mas eu estava realmente com medo, não queria agir por impulso e não deveria.

Mas uma pequena parte de mim implorava para que eu embarcasse nessa.

Seria só uma noite.

Essa noite.

Não poderia ser tão problemático, não é?

Ele tinha me ajudado antes, ele não me machucaria se tivesse a chance.

Isso não seria nada demais...

Subi na moto ajeitando o vestido, minha sorte é que ele era colado ao corpo, então não tinha perigo de voar e eu passar vergonha. Coloquei o capacete e respirei fundo, em seguida enlacei minha mão na cintura dele.

Estava um pouco nervosa, mas ignorei e me concentrei. Sabia do fundo do coração que as chances de me arrepender daquilo eram grandes, mas eu queria fazer algo diferente. E Luke parecia ser o único cara que realmente não me incomodava.

Era justamente o contrário. De alguma forma eu conseguia me sentir à vontade na presença dele e isso era muito estranho. Era novo pra mim esse tipo de sentimento.

Ele deu partida na moto. Quando saiu da área movimentava perto do parque, Luke acelerou. Tive que me segurar para não gritar, pois não estava acostumada com velocidade. Meu coração acelerou e pude sentir a adrenalina no corpo, uma vibração excitante que parecia gritar para ir mais rápido. Era uma sensação boa e diferente, e eu estava gostando. A velocidade era um tanto viciante, e agora entendia o porquê de ele gostar tanto disso.

Tudo à nossa volta se transformou em borrão, e apesar da velocidade em que estávamos, eu sabia que ele estava se segurando. Aquela com toda certeza não era a velocidade que ele costumava correr.

Broken:  Basta um verdadeiro amor para unir o que antes foi quebradoOnde histórias criam vida. Descubra agora