Capítulo 9

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No domingo, acordamos com uma batida insistente na porta. Como Arielle não iria e não queria responder, levantei e fui até a porta. Fiz o favor de abrir. Julia estava parada toda arrumada do outro lado. Usava um vestido chique em vermelho escuro e segurava uma bolsa.

— Bom dia, Julia!

— Bom dia, Verônica! Arielle ainda não acordou?

Saí de frente da porta, passando a mão no rosto e em seguida arrumando o cabelo. Apontei para Arielle, ainda deitada na cama, toda espalhada e com um travesseiro em cima da cabeça.

— Creio que ela esteja com preguiça, como sempre — disse, dando espaço para Julia passar.

Ela foi até a cama de Arielle, puxando o cobertor e tirando o travesseiro de cima dela. Arielle resmungou alguma coisa e puxou o cobertor de volta.

— Acorda! Gostaria que vocês fossem comigo a um lugar. Preciso comprar um vestido novo para usar no noivado. Seria bom ouvir a opinião de vocês. As lojas do centro fecham cedo hoje, preciso resolver isso o quanto antes.

— Você tem mais de bilhões de vestidos no seu closet, mãe — resmungou Arielle, enfiando a cara de baixo do cobertor.

— Eu preciso de algo novo e diferente! Todos os parentes do Will vão estar aqui. Quero que tenham uma boa impressão.

— Você causaria boa impressão mesmo se não usasse nada — disse ela e Julia a encarou, constrangida.

Eu sorri

A verdade era que Julia era mesmo chique. A família de Arielle vivia bem, o pai dela vinha de uma família rica, assim como a mãe, que herdou algumas coisas da família. Quando eles se separaram, o pai dela deixou a casa e algumas outras coisas. Ele costumava visitá-la mensalmente. E a mãe dela sempre se sentia incomodada com isso, mas no fundo compreendia, pois ele era pai.

Julia era bonita e atraente, não muito diferente de Arielle, a não ser no temperamento e na hora de falar. Julia pensava bem antes de responder a alguém ou conversar, já Arielle era mais impulsiva e falava as coisas sem pensar.

Ela não era o tipo de pessoa mão-fechada. Julia era bondosa e não hesitava em doar algumas de suas roupas caso fosse preciso. Ela tinha um coração bom, assim como a filha. Mas não deixava de ser verdade a parte de ter milhões de roupas no closet, pois ela fazia compras toda semana, mesmo que um tempo depois doasse as antigas roupas. Ela tinha um novo emprego, trabalhava e ganhava o próprio dinheiro. Se ela tinha coisas boas era por mérito próprio.

Fui até o banheiro me arrumar enquanto Julia foi até a janela abrindo as cortinas deixando o sol que está brilhando lá fora entrar. A única maneira de fazer com que Ariel desistisse e levantasse logo.

Era domingo, algumas lojas do shopping fechavam cedo, e Julia queria comprar o vestido naquele dia, pois a semana seria corrida com os preparativos para o noivado, etc., e talvez ela não tivesse tempo para comprar depois.

Fomos no banco de trás enquanto Julia ia dirigindo. O carro era um conversível vermelho e chamava a atenção por onde passava. Ariel tinha enfiado os fones de ouvido e aumentando o volume enquanto fechava os olhos e tentava, sem êxito, voltar a dormir. Ela tinha acordado de mau-humor, então preferi nem mexer com ela.

O trânsito na cidade estava fluido. A mãe dela parou o carro e pagou o manobrista para guardar o carro no estacionamento do shopping.

Julia foi até uma loja chique de noivas, e uma das moças sorriu para ela quando a viu. Com toda certeza ela já tinha ido ali antes.

Esperamos enquanto ela escolhia os vestidos, foram várias trocas até chegar aos que ela mais tinha gostado.

— Eu acho o preto exageradamente exagerado — comentou Ariel. — Até parece que vai para um velório.

Broken:  Basta um verdadeiro amor para unir o que antes foi quebradoOnde histórias criam vida. Descubra agora