Capítulo7

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À noite, peguei minhas coisas e fui até a casa de Arielle. Já tinha tomado banho, então só coloquei o pijama e esperei enquanto ela voltava do banho. Depois passamos algum tempo na cozinha fazendo pipoca, e voltamos para o quarto. A mãe dela tinha saído para jantar com o namorado, dali a uma semana ela iria noivar.

Colocamos a oitava temporada e começamos a assistir. Ela estava quieta e parecia pensativa o que vindo dela, era totalmente estranho. Eu sabia que quando ela estava assim significava que estava com muita coisa na cabeça; o que consequentemente significava que ela queria desabafar.

— Se quer dizer alguma coisa, diga.

— Não! Nada. Não quero dizer nada.

Ela voltou a atenção para a TV e eu a encarei. A conhecia muito bem e sabia quando algo estava errado.

— Diga!

— Eu não sei. Estou confusa. É sobre o noivado deles.

— Ah, sobre a sua mãe?

— Eu não sei se o Will é uma boa pessoa para a minha mãe. Meu pai a traiu, sei que ela merece ser feliz. Mas eu não estou pronta para começar a aceitá-lo como pai. É estranho.

— Você desconfia dele? — perguntei, induzindo-a a falar, o que consequentemente a levaria a desabafar.

— Eu não sei... — ela falou olhando para a TV. Parecia confusa e eu não sabia o que fazer para ajudar.

— Você acha que ele pode estar traindo sua mãe?

— Isso não. Dá para perceber no olhar dele o quanto ele gosta dela. Agora é saber se isso é verdade mesmo.

— Você já foi a um jantar com ele e sua mãe? Poderiam tentar...

— Já fui. — Ela me interrompeu. — No dia em que ela me apresentou a ele. Mas acho que o problema é comigo mesmo. É difícil confiar em um estranho que entrou na vida da minha mãe de uma hora para outra. Mas se ela realmente o amar, eu, com toda certeza, apoiarei.

Ela tinha razão. Se a mãe dela o amava, confiava e estava feliz com ele, ela tinha que tentar ser feliz. Will poderia ou não ser uma boa pessoa, mas ela só descobriria isso com o tempo. Se meu pai tentasse pelo menos se apaixonar de novo eu o apoiaria. Ele já passou tempo demais sofrendo pela minha mãe, e ela iria querer vê-lo feliz. Se a mulher realmente fosse uma boa pessoa, eu torceria por eles.

Seria muito estranho ver outra mulher no lugar da minha mãe, ter que chamá-la de mãe, compartilhar os feriados e os momentos familiares, mas eu faria tudo isso por ele.

Então eu a entendia bem

Continuamos a assistir, comer pipoca e tomar refrigerante até que finalmente dormimos.

Acordei um pouco antes de Arielle no sábado e fui logo ao banheiro tomar banho. Coloquei uma roupa básica: um vestido branco de estampa floral e o coturno que eu sempre usava.

Voltei para o quarto, peguei minha bolsa e o livro que tinha perdido e Luke devolveu. Eu não sabia se a Julia – mãe de Arielle – estaria acordada e não queria incomodá-la para tomar café da manhã, então iria procurar alguma cafeteria ou qualquer lugar onde eu pudesse tomar café.

Estava prestes a colocar o livro dentro da bolsa quando vi uma coisa. A primeira folha estava dobrada na ponta, formando uma orelha. Eu era cuidadosa com os livros e isso dificilmente acontecia, o que me deixava meio nervosa, porque eu tinha total cuidado com meus livros. Abri o livro e vi algo escrito na contracapa.

Era um número.

Em baixo estava assinado com um L.

— Não pode ser. — Me assustei e deixei o livro cair.

Broken:  Basta um verdadeiro amor para unir o que antes foi quebradoOnde histórias criam vida. Descubra agora