Capítulo 15

274 21 31
                                    

Liguei para Arielle perguntando se ela podia dormir na minha casa e em seguida Luke me levou até lá, mesmo que eu tivesse aceitado estar em uma relação com ele eu não estava pronta para contar ao meu pai. Tinha sido tudo muito repentino, e, eu não sabia qual poderia ser a reação dele. Além disso, Luke e eu ainda estávamos conhecendo melhor, nenhum dos dois queria apressar nada.

Eu tinha aceitado Luke porque ele conseguia me entender; ele respeitava meu espaço pessoal e não ficava tentando passar sobre essa barreira, não me deixava desconfortável e não me incomodava, eu gostava do fato de ele não ser o tipo que ficava me provocando e me fazendo ficar nervosa, eu gostava do fato de ele ser mais maduro e paciente do que aparentava ser. Ele não era o tipo de cara que fazia piadinhas sem graças sobre os outros só para se sentir bem ou o engraçadão. Eu me sentia à vontade na presença dele e isso era automático, nunca senti que ele estivesse ultrapassando meu espaço pessoal.

Claro que tinha outras coisas também, Luke em comparação aos outros é bem explosivo, o tipo que arruma briga para defender outras pessoas, o tipo que fala o que pensa sem se importar em como isso vai soar nos ouvidos alheios e o tipo que quebraria qualquer regra do mundo se isso o permitisse sentir-se bem sem prejudicar ninguém. Ele é briguento, marrento, impaciente, mas no fundo um cara incrível. Desde o começo ele não precisou esconder quem ele é, porque sabia que se eu, ou qualquer pessoa não o aceitasse como ele é — essa mistura de um rapaz quebrado e solitário —, não merecia estar ao lado dele.

Ele me deixou na casa de Arielle e foi embora, ela ficou de boca aberta quando me viu com ele, mas não disse nada, era obvio que ela tiraria a informação de mim até o final da noite e eu estava mesmo pronta para contar a ela. Ela era a pessoa mais próxima de mim, antes mesmo do meu pai, e eu não pretendia manter nada escondido dela, não tínhamos segredos e eu confiava nela, confiaria até de olhos fechados.

Fomos para a minha casa, juntas, ela ficava me observando pensativa, ela sabia que tinha algo de errado e eu não sabia qual seria a reação dela depois que eu contasse sobre Caleb, obviamente ela ficaria tão chocada quanto eu.

Meu pai estava comendo alguma coisa na sala quando cheguei, ele parecia distraído com algum programa que passava na TV, eu subi para o quarto com Arielle e fechei a porta.

— Eu achei que suas noites de aventura com o Luke tinham acabado. — começou ela enquanto jogava a bolsa no chão e deitava na cama — O que aconteceu entre vocês, você esta com cara de quem estava chorando. Ele não machucou você não é? Eu vou quebrar a cara dele se ele...

— Caleb voltou para a cidade. — Contei.

Ela paralisou na cama, me observando, obviamente tentando achar algum rastro de humor na minha voz ou expressão, mas logo percebeu que era verdade, a expressão no rosto dela mudou para algo que parecia choque e indignação.

— O quê? Sem chance, Verônica. Ele odiava essa cidade, eu podia jurar por qualquer coisa que ele nunca voltaria aqui. Você deve ter visto outra pessoa.

— Não! Eu e o Luke fomos até o restaurante, iríamos jantar juntos. E então... O Caleb apareceu. Ele está trabalhando lá. Estava com aquela cara de cínico e me provocou sobre aquela noite. Eu joguei a taça de água na cara dele e sai de lá. Mas eu juro, era ele sim.

— Não acredito! Por que ele voltou? — balbuciou, parecendo mais chocada que eu.

Ela sentou segurando um travesseiro que estava em cima da cama e ficou parada, acho que ela procurava mentalmente alguma resposta para a pergunta que tinha acabado de fazer.

— Precisamos contar ao seu pai. Ele não vai deixar que o Caleb se aproxime de você de novo. Sabe... O amigo dele é policial...

— Não! Isso não vai adiantar nada. Se eu disser ao meu pai, ele só vai ficar mais preocupado.

Broken:  Basta um verdadeiro amor para unir o que antes foi quebradoOnde histórias criam vida. Descubra agora