Chegamos à sala de aula, adiantadas. Havia poucas pessoas por ali, o que me causou certo alívio, eu não gostava de ser o centro das atenções e isso era uma coisa que acontecia sempre quando alguém chegava atrasado. Nós sentamos juntas, como sempre. Era aula de química e a professora, Lenne, iria passar um experimento químico para a classe. Todos estavam animados quando ela disse isso, pois não costumávamos ter muito acesso à sala de química, e quando isso acontecia era como uma festa.
Com o sinal, todos começaram a entrar para as suas devidas salas. Até então estava concentrada lendo meu exemplar de "O símbolo Perdido" de Dan Brown, só parei de ler quando escutei a voz da professora e Arielle me cutucou.
— Prefere que a professora chame sua atenção? — perguntou ela, apontando para a professora. — Olha quem está ali.
— Estava distraída... — falei, guardando meu livro na mochila e voltando minha atenção para a professora, quando o vi novamente.
Ele estava parado encostado na soleira da porta, com certeza esperando a professora. Ela foi até lá e pegou o papel que ele segurava, então acenou para que entrasse, foi até a mesa dela, assinou o papel e entregou novamente a ele.
— Classe! Esse é o Luke Macdonell. De agora em diante ele fará parte dessa turma — disse a professora e escutei alguns suspiros das garotas da sala.
Ele pareceu nem notar e foi se sentar duas mesas atrás da nossa na fileira do meio.
Desde que ele não cometesse novamente o erro de quase nos atropelar e não atrapalhasse a gente, por mim tudo bem que ele continuasse ali. Eu não costumava ficar me importando com a vida dos outros ou o que elas faziam com a mesma.
A professora começou a explicar o que faríamos na sala de química e explicou todo o processo de: cuidado com as coisas, não vão esbarrar e fazer bagunça, não quebrem nada, a mesma coisa de sempre. Não éramos mais crianças, então achava desnecessário ela repetir a mesma conversa dois anos seguidos.
— Isso não é para a diversão de vocês, o experimento é importe e vale nota. No caso, metade da nota. Se não fizerem, já sabem que vão ficar com zero e isso prejudicará vocês o semestre todo. Depois disso, teremos prova e logo em seguida, assim que sairmos de lá, quero uma redação de cada efeito do experimento — disse ela, e Arielle pareceu revirar os olhos ao meu lado.
— Fala sério! Eles querem matar a gente — reclamou ela, estendendo as mãos no alto como se pedisse ajuda.
— Alguma dúvida, senhorita Bernard? — perguntou a professora referindo-se a Arielle. Ela fez um não com a cabeça.
— Estava rezando para ir bem no... experimento, sabe? — mentiu ela.
— É bom mesmo, porque se vocês forem mal nisso, é melhor rezarem para conseguir se recuperar, senão terei que ver esses belos rostinhos aqui no segundo ano novamente o ano que vem.
Arielle fez cara feia como se alguém a tivesse socado no estômago. Repetir o ano era uma coisa que todo mundo temia, ainda mais quando se faltava apenas mais um ano pela frente para acabar a escola.
— Eu quero um grupinho de quatro pessoas. Então, acho melhor irem se organizando para irmos para a sala de química.
Estávamos na aula de química, necessariamente na classe, mas ali não era exatamente a sala de química. Tinham várias coisas e precisava ficar em uma sala separada, sendo assim, sempre que tivéssemos que fazer um experimento teríamos que ir para lá em um grupinho de quatro. Sempre caiamos com pessoas com quem Arielle não se dava muito bem e com isso sempre havia discussões no nosso grupo, e era exatamente por isso que muitos preferiam evitar entrar no mesmo.
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Broken: Basta um verdadeiro amor para unir o que antes foi quebrado
RomanceSINOPSE: Verônica Sinckler é uma garota comum, por causa de um trauma do passado, não consegue mais se relacionar com garotos e sendo assim, sempre se afasta de quem tenta se aproximar. Luke Mcdoneel é o típico bad boy com um passado dolorido que...