Na margem

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O jovem alfa e seu amor proibido


-Que maravilhosa surpresa você querer viajar comigo assim tão repentinamente.

-Preciso de motivo para viajar com minha amada esposa?

-Não é isso querido, eu estou surpresa.

-Vamos apenas aproveitar, tudo que nos aconteceu, todas as responsabilidades, todas as pressões, nunca tive chance de estar apenas com você e te conhecer, eu nem sei qual é o seu prato favorito, ou em quais países morou.

-Ah, meu amor.

Dalila abraça e beija o marido.

Chieves sorri ao ver ambos saindo de barco enquanto armava o plano.

-Twuin, o alfa saiu em caçada e pediu pra ficarmos de olho na vila.

-Como sempre. Tomara que ele traga algo dessa vez.

-Ele trará.

Chieves entrega uma arma a Twuin descarregada e aponta o caminho do rio para que ele patrulhe enquanto ele vai para o lado da floresta.

Jitrinin para de remar e fica olhando Dalila um instante, ela sorri e joga o cabelo.

-Por que parou querido?

-Quero apreciar você um instante, sua beleza, seu sorriso, sou tão sortudo por ter você.

-Eu que sou abençoada por ter-me casado com um alfa.

-Vamos pra margem um momento, tenho uma surpresa.

Jitrinin rema pra margem, desce, estende a mão a Dalila :

-Venha.

Na margem está estendida uma coberta, algumas flores e a lua iluminando a cena.

Jitrinin se senta e puxa Dalila a seus braços em meio aos beijos e sussurros.

-Porcaria de ronda, eu deveria estar aproveitando a noite isso sim, enquanto aqueles idiotas ouvem o alfa eu fico com a mulherzinha dele.

Jitrinin levanta-se sorri para esposa:

- Espera aqui um instante que já volto, vou buscar a surpresa.

Dalila sorri e se enrola na coberta esperando.

Alguns instantes depois Twuin vê ao longe a forma de uma mulher na margem, vagarosamente se aproxima dela:

-Quem é você? O que faz aqui tão tarde?

Dalila sorri:

-Ora, ora se não é o cão de caça Twuin, o que você esta fazendo por aqui? Não deveria estar na reunião?

-Eu fui ordenado a patrulhar hoje, mas você não está muito longe de casa?

Ele se senta ao lado dela acariciando seu ombro.

-Aqui é perigoso, ainda mais para uma mulher tão bela e sedutora como você.

-Eu sou a alfa, ninguém ousaria tocar em mim.

Ele a puxa pra si e a beija impetuosamente:

-Se tocar terá o devido castigo.

Ele diz após o beijo.

-Pára com isso, Jitrinin está por perto, ele foi pegar algo na vila e está voltando, quis me fazer uma surpresa romântica.

-Porque essa baboseira? Aniversario de casamento ou algo assim?

-Nada, nenhuma data especial, ele deve ter pensado na francesa e se sentiu culpado, vamos transar a noite toda e fingirei não ouvir o nome dela.

-Não sei como você suporta isso, não comigo aqui, te desejando por inteira.

-Você não é um alfa e nunca será, jamais ficarei a seu lado.

-Mas eu sou melhor que ele em tudo, eu sei como te fazer feliz.

-Sabe, você é o único que sabe.

Dalila acaricia Twuin, que a beija deitando-a na coberta.

-A vila é bem longe daqui, ele vai levar algum tempo para ir e voltar, então, que tal eu te aquecer?

Diz enquanto desabotoa a blusa de Dalila.

-Porque não, ele nem notará.

Dalila puxa a calça de Twuin enquanto ele a beija.

Jitrinin se esconde atrás de uma arvore com Chieves, Havien, o Xamã e alguns membros do conselho da vila, todos com lanterna e armas a postos.

-Pelo poder em mim eu considero esse um ato de traição à vila, ao alfa a nossa cultura. Ouve-se a voz do Xamã.

Todos acendem as lanternas ao casal ainda na relva, enquanto saem da floresta apontando as armas.

-Eu, não, eu, Jitrinin, meu amor. Eu posso explicar. Eu.. Papai?

-Cala a boca Dalila. Você desonrou a nossa família.

Twuin pega a arma e aponta a Jitrinin.

-Mais um passo e te mato.

-Eu quero que confessem todos seus atos. Cada um deles. Cada traição, seus covardes, vocês bateram na Isa, enganaram-me e depois a colocaram num navio. Eu quero saber qual navio, qual era o destino, quero saber tudo agora.

Jitrinin avança na direção deles, Twuin dispara, mas a arma está descarregada, num salto um lobo negro está sobre ele, mordendo , arranhando, rosnando, Dalila tenta se afastar em vão.

Twuin cai sangrando, visivelmente exausto, Dalila chora, ao redor o circulo de aldeões presenciando a cena silenciosamente com suas armas e lanternas a postas.

Jitrinin desfaz a transformação limpa seu rosto:

-Vocês têm até amanhã para confessar tudo que fizeram ou serão exilados.

-Meu amor, por favor, não, eu posso explicar, não é nada do que está pensando.

Dalila se levanta e aproxima de Jitrinin tentando lhe beijar.

-Tire suas mãos de mim ou não irei me conter.

-Você precisa me ouvir, eu tenho que explicar, eu te amo.

Jitrinin apenas balança a mão, acertando o rosto de Dalila que cai ao longe chorando.

-Cala a boca, você não ama nada. Se vista. Vamos voltar à vila, aonde todos irão se reunir para ouvir vocês.

O xamã ajuda Dalila se levantar enquanto os homens seguram Twuin e o encaminha para a vila.

Silenciosamente todos se reúnem ao redor do alfa e da fogueira no centro da vila onde ele fala entrecortado:

-Estamos reunidos hoje para julgar um ato de traição, creio não ser apenas um, mas uma série de traições cometidas pela minha esposa Dalila e pelo nosso observador Twuin.

Eles foram pegos em ato carnal as margens do rio, enquanto eu estava a voltar à vila, premeditadamente reuni alguns homens armados para testemunhar e me auxiliar nesse momento.

-Não foi isso meu amor.

-Quieta, ainda não é a hora de se manifestar.

Twuin está amarrado ao lado de Dalila num tronco bem ao centro, todos lhe olham com desprezo, algumas mulheres sussurram e balança a cabeça para Dalila, Soraya interrompe correndo em direção a filha.

-Filha, porque, eu te pedi tanto, antes de chegarmos aqui só querias uma família e agora ages assim, por quê?

O jovem alfa e seu amor proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora