Quase Princesa || Livro 1 [COMPLETO]

04 || B a i l e R e a l

E agora sua música está em repetição
E eu estou dançando na batida do seu coração
E quando você se vai
Me sinto incompleta
Então, se você quer a verdade
Eu só quero fazer parte da sua sinfonia
- Clean Bandit, Symphony

Ariana

NA MANHÃ DE SEXTA, acordei sozinha, antes mesmo do despertador. Na verdade, mal consegui pegar no sono. Estava agitada demais. Durante toda a noite fiquei me mexendo e remexendo na cama. Meu cérebro trabalhava a mil, rodeado por milhares de pensamentos confusos e embaralhados...

Meu pai, Anastácia, a escola nova, amizades, como minha vida seria daqui pra frente...

Sempre tive a consciência de que tudo iria mudar a partir do momento em que escolhi viver aqui. Sabia que iria perder parte da minha privacidade.

Agora eu era oficialmente enteada da princesa de Ephilia. Teria que seguir inúmeras regras de etiqueta, já que, tecnicamente, era um membro da família real. Sabia algumas, aprendi o suficiente para o casamento durante os dias que estive aqui, mas teria que conhecer ainda mais sobre como me portar no dia a dia em Ephilia. Uma coisa era você se imaginar morando em um castelo da realeza, outra é realmente morar. Não será nada fácil, esse padrão de vida é totalmente diferente do meu antigo, não estou acostumada.

Sinceramente, tudo pareceu passar tão rápido esses dias. Um evento diferente to

Bip-bip!!

O alarme me fez voltar à realidade. Agora era pra ser a verdadeira hora de acordar. Desliguei ele, andando em direção ao banheiro em passos lentos — ou passos de zumbi. Fechei a porta e tomei um bom banho relaxante, com a água quentinha do chuveiro caindo nas minhas costas. Quando sai, já enrolada na toalha, congelado de tanto frio e me xingando mentalmente por ter esquecido de trazer uma roupa, dei de cara com uma mulher com cerca de quarenta anos.

Seu cabelo estava preso em um coque frouxo quase se desfazendo, usava óculos de grau e tinha uma fita métrica rodeando seu pescoço e caindo sobre seus ombros. Ao seu lado, uma garota com uns vinte anos segurava um lápis e um caderninho. As duas usavam roupas parecidas, como se fossem uniformes bem arrumados, e tinha um broche dourado indicando os nomes. Srta. Tereza e Srta. Alana.

Assim que percebeu minha presença, Tereza, a mais velha, ia abrir a boca pra falar algo, mas foi interrompida pelo barulho de uma rápida batida na porta, que se abriu logo em seguida. Pulei para o lado, morrendo de susto, porque, afinal, estava só de toalha!

— Ela já saiu do banho...?

Anastácia arregalou os olhos, rapidamente entrou e girou a chave, trancando a porta.

— Desculpa, Ari...

Todos os olhares foram para minha madrasta.

— Ãããã... O que está acontecendo aqui? — perguntei, confusa.

— Você finalmente saiu, Ariana! Quer acabar com a água do mundo? — revirei os olhos com Ana mudando de assunto e dando um sorriso amarelo. — Bem, eu e as senhoritas Tereza e Alana, duas das costureiras oficiais do castelo, viemos te ajudar com a escolha do seu vestido para o Baile de Independência, que iniciará por volta das seis horas da noite. Elas foram designadas para confeccionar suas vestes ao longo deste ano. Há muita coisa programada para a tarde. Também vim te avisar que seu quarto está pronto e lhe será entregue amanhã.

Meu rosto se iluminou em um grande sorriso.

— Sério?!— disse, animada.

Eu estava há dias esperando o meu quarto ficar pronto, e aquilo era uma ótima notícia.

— Sim. Mas, por agora, vamos escolher logo que modelo de vestido para o baile você quer. As medidas serão as mesmas que usamos para fazer seu vestido para o casamento. Essas são Tereza e Alana.

— Prazer em conhecer vocês!

Elas fizeram uma pequena reverência, dizendo "O prazer é nosso, senhorita".

Tá, isso foi realmente esquisito.

A tal de Alana me mostrou diversos desenhos de vários vestidos de gala.

Nesta hora pensei como seria difícil me acostumar com todos esses compromissos reais, usar vestidos bufantes como algo rotineiro...

Os desenhos eram tão lindos que fiquei indecisa! Mas, assim que meus olhos pararam em um vestido branco arroxeado, automaticamente me apaixonei pela peça. Me inclinei, observando cada detalhe.

— Foi você que desenhou? — perguntei e ela assentiu. — Está lindo! Vou querer este vestido. Você tem muito talento.

Alana sorriu, envergonhada.

— Bem, então vamos ajustar o vestido de acordo com as pedidas da senhorita Morris e algumas horas antes do baile você já poderá vesti-lo.

As costureiras fizeram uma reverência e saíram do quarto, me deixando sozinha com Ana, que resolveu me ajudar a me arrumar.

— Qual será a cor da sua máscara? — minha madrasta pergunta, distraída. — Seu vestido é um degrade de branco para roxo. Acho que ficaria mais bonito com uma máscara branca.

— Espera. Então o baile é de máscaras?

— Sim, o baile é de máscaras. — Anastácia comentou, dando um gole na água logo em seguida. — É uma tradição.

— Nunca fui em um.

— Diferente dos livros, te garanto que é fácil reconhecer as pessoas. Venha, acho que deveria vestir essa camisa pela manhã.

-•••-

O assunto mais comentado no dia foi o baile. Ou sobre como iam os preparativos ou sobre o que vestir. A mais animada de todas foi Elizabeth junto com uma amiga que trouxe, discutindo até sobre a cor da fita na mascara. Isabel semostrou uma nova amiga. Sem formalidades, ela era mais animada que a própria Emily e às vezes se autopoliciava para agir de forma mais comportada.

Passei a tarde com ela e Anastácia no spa, fazendo mão, pé, cabelo e até mesmo bigode. A área reservada para salão era enorme. O tempo passou rápido e, depois de sair com a pele mais macia que nunca, me chamaram para experimentar o vestido.

Ele possuía um decote em "V", suas cores em cima era branco e se abria em degradê lilás e roxo até o chão, cheio de brilhos. Depois da maquiagem, finalmente, eu estava pronta, e me chamaram avisando que o baile iria começar.

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