Quase Princesa || Livro 1 [COMPLETO]

19 || N o i v a d o

[Música ainda em seleção. Se puder indicar uma escreva no privado ou nos comentários.]

Christian

QUANDO O GUARDA DISSE QUE meu pai havia me chamado, já estava pensando em todas as possibilidades. Entretanto, o
motivo em minha cabeça seria sempre o mesmo: a sua abdicação ao trono.

Quando entrei no seu escritório, ele e minha mãe estavam lá. Ambos estavam vestidos formalmente, bem diferente de mim. Não estava com bom humor para enrolação, então fui direto ao ponto:

— Por que me chamaram?

— Querido, precisamos tratar de um assunto muito importante: seu noivado. — minha mãe respondeu.

— Como assim?

— Quando assume o trono, de acordo com a lei ephiliana, o rei precisa se casar.

— Mas ele tem quatro anos para isso. — rebati.

— E, para ajudar a manter a imagem da família real, um noivado seria perfeito para isso. — meu pai completou.

Não era possível! Meus pais mandaram na minha vida durante muito tempo. Que faculdade eu faria, que tipo de homem eu seria... Mas com quem eu vou passar o resto da vida não seriam eles a decidir!

— Não, isso não! Sempre fiz tudo que vocês queriam — disse, sério. —, mas isso é uma escolha minha.

— Sabemos disso, querido. Então tivemos a ideia de um noivado falso para servir como distração.

Neguei com a cabeça. Minha mãe estava maluca.

— Vocês estão usando coisas sérias como adoção e casamento só para distrair a mídia? Sério isso?! Não se importa com as pessoas envolvidas nisso?

— Tempos ruins requerem medidas drásticas. — meu pai concluiu e gritou: — Mande-as entrar!

Os guardas abriram a porta e duas mulheres entraram. Ambas fizeram uma reverência.

— Vossas Majestades Reais, Vossa Alteza Real, eu sou a Senhorita Petrov, governanta da Marquesa Del Luna. Digo, em seu nome, que é um prazer grandioso conhecê-los.

Formalidades... retribui as saudações acenando com a cabeça, e encarei meus pais.

— De todas as pretendentes, a que se destacou mais adequadamente foi à Marquesa Del Luna. — mamãe explicou.

— Não pretendo me casar com ela. — disse logo.

Meu pai respondeu na hora:

— Vocês terão quatro anos para se conhecerem melhor. E, pelo que sei, você não está em nenhum relacionamento, não é?

Neguei. Eu não poderia dizer que estava rolando algo entre mim e Ariana. Pelo menos não agora.

— Então está acordado. Isso é vantajoso para ambas as partes. — minha mãe finalizou o assunto. — Semana que vem já anunciaremos o noivado!

Sem paciência, deixei o cômodo sem ao menos me despedir. Caminhando apressadamente, voltei à cozinha, mas Ariana não estava lá.

Ela era diferente das outras garotas. Não se importava com meu título e nem tentava parecer perfeita na minha frente. Era por isso que eu gostava dela. Apesar disso, nos conhecíamos a pouco mais de um mês e não tínhamos algo sério ainda — eu pretendia futuramente ter e não iria iludi-la.

Todavia essa história de noivado havia apenas chegado para atrapalhar minha vida mais uma vez.

- ••• -

Ariana

UM POUCO LONGE DOS TRÊS, um homem tirava fotos do momento.  Eles sorriam para a câmera. Meu pai segurava a menina próximo ao ombro com orgulho; ele fazia o mesmo comigo há alguns anos atrás quando minha mãe ainda estava viva.

Na minha cabeça, ele havia conseguido o que queria. Nos substituir. Achou uma mulher melhor e uma filha melhor.

Eu não era obrigada a assistir aquilo. Dei meia volta segurando ao máximo minhas lágrimas. Mas meus pés pararam imediatamente quando chamaram meu nome.

— Ariana! Venha aqui, Ariana!

Olhei discretamente. Era meu pai. Ele havia colocado a menina no chão e abria os braços para mim, como se esperasse que eu fosse lhe dar um abraço.

— Minha família não está completa sem você!

Eu deveria ir ou não?

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