Eu Cuido

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Turnês sempre eram bastante estressantes. Ainda mais quando envolvia mais de uma banda. E há alguns dias CC não tinha tempo para tomar seu chá das quatro com a francesa.

Não sabia se isso fazia falta pra ela... Mas para ele era uma tortura. Queria poder contar as coisas que aconteciam, queria saber como estavam as coisas em Vegas. Como estava a recuperação dos machucados.

Se fosse muito sincero, aquela loirinha era sua válvula de escape. E estar sem ela era o que mais lhe causava estresse.

Queria chorar de alegria quando finalmente pousaram em Los Angeles. A turnê havia acabado e era uma quinta feira.

Ele já tinha até o plano montado na cabeça. Iria pra casa, tomaria um banho e dormiria. Acordaria, arrumaria uma mochila e iria até a rodoviária. Ia pegar o primeiro ônibus até Vegas que encontrasse. Sumir do mapa por uns dias.

Ele havia contado isso à loira, que havia ficado tão animada com a hipótese da visita que acabou levantando o astral do baterista antes do voo.

Óbvio que o plano não ia funcionar.

Até porque Chris não estava contando que teria falta de ar, tonturas e palpitações assim que chegassem na porta de casa.

•~☕~•

-Oi Ashley!-A voz docinha chegou ao baixista, que sorriu para a figura descabelada, com o capacete em mãos.-Teve mais alguma notícia?

-E aí, loirinha. Então, Christian está bem. Teve uma crise de estresse. Agora está apenas tomando um soro pra reposição vitamínica, enquanto o efeito do sossega leão passa.

-Entendo... Mais algum de vocês teve sintomas parecidos? Estão todos bem?

-Sim, estamos bem. Só ele quem surtou mesmo. Bom, já que está aqui...  Eu vou pra casa, preciso dormir por algumas horas na minha cama.

A francesa deu uma risada delicada.

-Boa hibernação. Eu cuido do Chris, pode deixar.

- Eu confio plenamente em você, Ariel. Fui. Se precisar de algo, ligue.

Eles se despediram e ela foi se sentar na cadeira, ao lado da cama.

Acabou se distraindo, contornando as tatuagens do baterista com a ponta dos dedos, e não viu o tempo passar.

Christian, em compensação, se viu livre daquele breu absoluto onde estava preso.

Foi recuperando os sentidos aos pouquinhos. Então ouvia uma voz cantando baixinho em francês... Acompanhada da voz, veio aquele cheiro de coco que ele amava... E então o toque bem suave em seu braço, como se estivesse desenhando.

-Tenho inveja de você, sabia?-Ela parou de cantar em francês para conversar com alguém.-Fica perto dele o tempo todo...  E tenho ciúmes também, pela mesma razão... Além de tudo você ainda é bonita.

Recuperando o raciocínio, Christian entendeu com o que a loira estava conversando. A pin-up que tinha no braço direito.

-Não devia estar preocupada com ela.-Encontrou os olhos verdes arregalados.-Afinal, ela não pode falar charmosamente em francês pra mim.

Ela deu uma risadinha, antes de abraçar o outro com todo o cuidado do mundo.

-Engraçadinho, Christian... Quase me mata de susto.

-Desculpe... Eu deveria ter me cuidado melhor. Eu não queria assustar você.

-Sei que não. Está tudo bem. Desculpe o atraso, mas foi bêbados quiseram bater os carros na entrada da cidade... E acabei ficando presa no engarrafamento.

Um Olá em VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora