Pequenos Desastres

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-Que sorriso é esse, Christian?

Até a empresária deles havia se irritado com toda aquela felicidade que estava gritando do baterista. As meninas estavam rindo e os rapazes nem ligavam muito. Afinal aquele era CC.

-Eu vou casar. Não sei quando. Mas vou casar.

-Com a Ariel?-Ashley arregalou os olhos.-Como que aquela coisiquinha deu conta de você?

-Quando você faz esse tipo de pergunta eu chego a me preocupar com as mulheres que dormem com você. Não sabe fazer com cuidado não, texano?

-Mesmo assim... O tamanho dos dois é desproporcional.

-Cala essa boca, Ashley.-Jinxx se intrometeu.-Vai levar sua bonequinha francesa na turnê? Vai ser ótimo, ela conhece bem a Europa.

-Sim. Convencer ela é que foi meio complicado. A propósito, nosso filho também vai. Ela comprou tudo o que ele precisa e foi levar no veterinário hoje.

-O Ginger vai com gente?

A pergunta veio de Inna, e as meninas pareceram que iam ter uma overdose de fofura. E os rapazes estavam sem entender nada.

-Gente... O que que é Ginger?

-É o meu novo filho.-Mostrou a tela de fundo do celular. Era sua francesa deitada no tapete, com o gatinho deitado em cima, lambendo o queixo dela, que ria.-Minha família é tão fofa...

-Você não postou essa foto, Chris!-O protesto veio de Alice. A nova namorada de Jeremy.-É tão lindinha!

-É que... Ariel achou que era mais justo a gente fazer uma live para contar aos fãs que estamos noivos. Que só jogar no ventilador seria muita falta de consideração por eles.

-E claramente você concordou.

-Obvio! Ela tem razão. Bom, é isso. Ela vai como minha acompanhante.

Passado a indignação inicial, foram todos parabenizar o amigo.

•~☕~•

A live fora feita com excelência, e os fãs foram muito fofos. Claro, sempre haveriam os haters desocupados de plantão, mas o casal riu na cara deles durante a live mesmo.

Faltava uma semana para começarem as viagens. E há um bom tempo Christian não via uma expressão tão infeliz no rosto delicado da noiva.

Pegou Ginger, agora bem maior do que quando chegara na casa, no colo e foi deitar na cama, onde ela estava sentada. Deixou a cabeça na coxa da loira e ficou acarinhando o gatinho, observando o rosto da francesa.

-Você quer conversar amor?

-Preciso ir até Montreal...

-Montreal?-Se sentou na cama, o que fez o felino pular de seu colo, e ir miando comer mais ração.-Sozinha? Não! Eu não vou deixar aquele babaca machucar você outra vez. Não, nem pensar. Você não vai pra lá desprotegida.

-É o casamento do meu irmão...

-Não me importo que vá no casamento.-Segurou as mãos da noiva.-Eu só não vou deixar você ir sozinha e ficar a mercê daquele louco. A gente vai pra Montreal, você vai no casamento do seu irmão, mas não vai chegar nem perto da casa dos seus pais.

-Você iria aturar uma cerimônia chata e regida por princípios mais velhos e ignorantes que são ditados por uma religião empedrada apenas pra me proteger do meu pai?

-Não existe "apenas", Ariel. O que ele fazia com você é monstruoso. Não é uma coisa banal, e não vai se repetir.

-Mas Chris... E se ele machucar você?

-Seu pai não é homem o bastante pra isso. Vou arrumar minha mala e tomar banho. Compra as passagens?

Deixou um beijo no rosto da noiva e foi fazer o que tinha dito. A loira deu um suspiro triste, vendo seu filhote voltar para a cama e se enroscar em seu colo.

-Meu pai não é homem o bastante pra enfrentar você, meu amor.-Murmurou, sendo observada pelos olhos intensos do felino.-Mas é covarde o bastante para sacar uma arma e atirar quando ameaçado.

•~☕~•

Os dois estavam acomodados na cama do hotel. A cunhada de Ariel havia levado o vestido e o smoking dos dois, que seriam padrinhos do irmão da francesa. Mas não estavam lá muito disposto a sair da cama aquela tarde. Mas só tinham duas horas até o horário de iniciar a cerimônia.

Banho, roupa, cabelo e maquiagem. Chamaram o uber e foram para a cerimônia. Chris estranhou quando pararam a uma quadra da igreja. Desembarcaram e a loira colocou as mãos nos ombros do noivo.

-Chris... Por favor... Não deixe ele saber que se importa. Não o enfrente.

-Eu prometi proteger você.

-E eu não posso perder você. Entenda, ele é um covarde. Sei que não pode ser empático com ele, entender como as coisas funcionam... Mas não o provoque. Não o enfrente. Você não é um super-homem, e eu nem quero que aja como um. Por favor... Eu te amo tanto...-Ela se escondeu em seu peito.-Por favor, não deixe que te arranquem de mim.

-Tudo bem... Prometo que vou tentar... Me manter longe de confusões. A propósito...-Esperou a loira sair do esconderijo e olhar pra si.-Você está linda, bonequinha.

Ela deu um sorriso bonito, antes de abraçá-lo pelo pescoço.

-Obrigada por tropeçar em mim em Vegas.

-De nada por ser desastrado.

-Meu pequeno, grande, desastre.

Os dois riram e então foram para a igreja. Nathan abriu um sorriso imenso ao ver a irmã caçula, e simplesmente largou a mãe no topo da escada e foi abraçar a loira.

-Princesinha! Que saudade.-Ele, então, estendeu a mão para ao californiano.-Boa tarde. Sou o Nathan. Imagino que seja o Christian.

-Em carne e osso. Prazer em conhecer, cunhado.

-Obrigado por cuidar da minha irmãzinha.

-Disponha. Animado pra casar?

-Pra ver a noiva. Assinar os papéis é outra historia.

Os dois riram. E Christian se deu um momento para observar seus sogros e seu outro cunhado. O resultado foi que ele quase pegou a noiva e correu de volta a Los Angeles.

-Seus pais são sinistros...

-Nem fala. O que eu menos queria era aqueles três no meu casamento... Mas eu fui casar com alguém que tem a família mais tradicional de Montreal... Ah, me empresta sua noiva? Eu quero que as fotos da minha entrada sejam com a mulher que eu mais amo no mundo.

Christian passou a mão da noiva numa imitação barata de cena cinematográfica para o cunhado.

-Ela é toda sua, camarada. Eu vou ficar lá no altar esperando você me devolver.

-Pode deixar. Eu já te devolvo ela.

Christian foi até onde haviam alguns amigos do noivo, e se enturmou com a galera, que eram uma bandinha de garagem.

Na hora da entrada do noivo, o baterista ficou boquiaberto. Ela estava naquele vestido verde-claro elegante, os cabelos numa trança muito elegante e a maquiagem destacando os olhos que ele amava.

Quase quis trocar de lugar com os noivos e casar ali mesmo. Mas seus melhores amigos iriam matá-lo por isso.

A cerimônia foi muito bonita, apesar de tradicional. E ele ficou com as mãos no quadril da noiva, sem se afastar em nenhum momento. Sentia uma coisa estranha no ar. Uma ameaça séria e de arrepiar os ossos.

A festa foi bacana, os meninos tocavam muito bem, e os dois foram embora cedo. Assim que a francesa viu que a mãe tinha um copo de vodca e o pai tinha um de Whisky, ele a viu tensa e a levou de volta pro hotel.

Chegaram na hora do almoço do dia seguinte. E dois dias depois haviam partido para a Turnê. E logo no primeiro dia as coisas estavam interessantes. Eles haviam acabado de pousar na Inglaterra.

Um Olá em VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora