Há mudanças que são bem vidas, mas aquela, para Jeongguk, definitivamente não era.
Ao menos esse era o seu pensamento até conhecer Taehyung e o garoto virar sua vida de cabeça para baixo.
Taehyung é alguém inalcançável, contudo, Jeongguk não iria d...
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Dizem que mudar de cidade é o mesmo que começar uma vida nova, recomeçar do zero.
Jeongguk não pensava dessa forma.
Para ele mudar de cidade era o fim decretado de sua ainda curta vida. Fora exatamente essas palavras que dissera para seus pais quando estes o avisaram que teriam que mudar de Busan, sua cidade natal, para Daegu por conta do trabalho do patriarca da família.
— É uma oportunidade única, filho. Estou sendo promovido, vamos poder ter uma condição de vida melhor. Vou poder comprar aquele skate que você estava me pedindo há meses, por exemplo. E isso será apenas o começo.
— Eu não quero skate. Eu não quero mudar!
— Será um recomeço, uma nova vida, para todos nós.
— Não. Será o fim decretado da minha ainda curta vida.
Seu pai apenas lhe lançou um sorriso e acariciou os seus cabelos pretos enquanto passava por si, dizendo que Jeongguk estava apenas sendo dramático como todo adolescente.
Sim, Jeongguk sabia que estava sendo dramático. Ele sempre fora, de fato, muito dramático e isso se intensificara quando ele chegou a adolescência. Ainda assim, o garoto sabia que dessa vez não estava apenas sendo dramático como de costume. Ele tinha amigos em Busan, uma namorada – na verdade ele ainda não havia chegado ao estágio do namoro, nem mesmo passou do estágio de se apresentar para a garota. Ela era apenas sua crush e projeto de namoro que fora arruinado com aquela mudança de cidade –, ele tinha uma vida em Busan, uma vida que acabou no momento em que entrou no carro de seu pai a caminho de Daegu.
ooo
Ao se acordar tudo que Jeongguk não queria era ir para a escola, porém, aquele era o seu primeiro dia e, com toda certeza do mundo, seus pais não iriam deixá-lo faltar. Pisou duro quando passou por eles, fazendo assim com que deixasse transparecer todo o seu desagrado com aquela situação. Ainda estava descontente e não via uma possibilidade daquilo mudar.
— Se anime, filho. Lembre-se, é um recomeço. – Ouviu sua mãe lhe dizer aquela frase que aprendera a odiar, antes de fechar a porta de sua casa ao sair.
Parou em frente ao batente, respirou fundo, ajeitando nos ombros as alças de sua mochila, segurando-as firme enquanto dera início em sua caminhada em direção a escola.
A escola não ficava próximo a sua casa e seu pai havia lhe oferecido uma carona na noite anterior, porém, o jovem Jeon declinou a oferta do pai, alegando que iria a pé. Ainda estava chateado demais com o mais velho, com o mundo, por tudo o que estivera lhe acontecendo nos últimos dias.
Sabia que estava fazendo drama demais, sua birra já era excessiva para alguém em sua tenra idade de dezesseis anos, ainda assim não poderia evitar agir de tal modo. Ainda se sentia contrariado, ainda se sentia furioso e agir daquele jeito era o único modo que conseguia extravasar.
