SEGUNDA PARTE, PROJETO REFLEXO: Capítulo 15 - Elitistas

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E aí pessoal, sentiram minha falta? Provavelmente não. De Noworldland talvez, de Rendrix provavelmente, mas desse cara chato aqui que só escreve, deixa todo mundo rodeado de suspense e depois fica 1 semana inteira de folga... sei não kkkk

Enfim, voltei para apresentar a vocês a segunda parte de Noworldland, essa história que espero ter cativado todos. Bom, se estão lendo isso agora, quer dizer que sim, afinal quem ia ler mais de 140 páginas de um livro ruim pra caramba?

Então, lá vamos nós de novo, e espero que vocês se apaixonem cada vez mais por essa história, da mesma forma que eu sou apaixonado. E para começar com chave de ouro, apresento a vocês mais uma das trilhas sonoras de Noworldland, espero que gostem:

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Antes do acidente de Rendrix

No alto das montanhas, em um espaço aberto dominado pela vegetação, onde antes uma rodovia cortava por entre a floresta formando uma serra que serpenteava como uma minhoca pelo meio das grandes rochas, havia um carro preto, à espera.

Do lado de fora, com as mãos apoiadas em um antigo guarda-corpo dominado pela hera, havia uma mulher. Não fazia parte da natureza selvagem que a cercava, mas era como se fizesse, dada a imobilidade em que se encontrava.

Estava tensa, também à espera, no lugar com vista privilegiada que havia escolhido para observar a cidade ao longe. Sabia que escondida por ali havia uma base rebelde, assim como sabia que em breve os garotos voltariam para ela... ou tentariam.

O sol começava a cair ao oeste. Embora seus raios fossem fortes o suficiente para queimar a pele de quem estivesse embaixo do seu domínio impiedoso, as nuvens bloqueavam seu poder. O clima estava suficientemente quente; queimaria a mulher, bronzearia sua pele, fazendo-a transpirar feito um homem, com gotas salgadas escorrendo pela sua cabeça sem pelo. Mas isso não aconteceria. Primeiro porque sua pele era imutavelmente branca, segundo que a proteção que usava era suficiente para protegê-la dos raios solares que escapavam entre as nuvens em intervalos regulares. A proteção dela, sua Segunda Pele, era imponente, poderosa.

Ela observou a paisagem através do visor do Traje. De onde estava podia ver os vestígios da antiga rodovia que cortava entre os vales – à sombra da cadeia de montanhas que formavam o Dedo de Deus –, descendo até se perder de vista. Mais abaixo e além podia ver as ruínas de uma cidadezinha, o fantasma de um lugar que abrigara uma pequena população no Mundo Velho. O sistema automático de atualização do Traje lhe informava, através da Segunda Consciência, que o nome da antiga cidade era Guapimirim.

Mas não era na cidade que ela estava interessada, e sim na rodovia.

Falta pouco agora, pensou, enquanto observava a pista coberta de mato e escombros de Guapimirim e das outras cidades além, igualmente destruídas. Ao longe, onde a destruição dava lugar a um terreno plano, ela conseguia ver as grandes muralhas do TEND e o mar, para lá da cidade.

O que tirou sua atenção da cidade foi o radar. As ondas emitidas pelo seu Traje captaram a aproximação de alguém, mas logo o identificou. Duas pessoas, na verdade. Ela se virou para eles.

Dois soldados desciam em sua direção, pisando em mato e arbustos, chegando os galhos das árvores para o lado. Atrás deles, ao fundo, ela via uma placa caída, fincada na terra na diagonal: azul, com letras brancas que diziam BEM-VINDO À TERESÓPOLIS. Outra placa, precariamente em pé, dizia ALTO DO SOBERBO. Ali perto, a estátua de uma senhora – Imperatriz Teresa Cristina, cuja homenagem originou o nome da cidade (sua Segunda Consciência a informou) – observava o horizonte, apoiada em um guarda-chuva.

Noworldland, A Terra de Mundo NenhumOnde histórias criam vida. Descubra agora