Capítulo 11

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Annie

Minha mente ainda estava conturbada, ficar sabendo que no quarto dele estava um casal de amigos e não outras mulheres me deixou muito feliz. Mas porque eu estava feliz?

E depois, Maurício me dizendo o que estava sentindo por mim, algo aqueceu em meu peito, meu estômago queimava e sabia exatamente o que era esse sentimento: desejo.

Eu desejava a boca dele novamente; desejava seus braços em volta do meu corpo; desejava suas mãos em contato com minha pele.

Eu o desejada e estava completamente perdida.

Eu não queria sofrer de novo, meu coração ainda estava ferido. Sim, Maurício era diferente, ele se continha, se refreava, e na verdade não sabia se isso era bom ou ruim.

Fizemos todo o trajeto do hotel até a praça de mãos dadas, conversamos sobre vários assuntos e em alguns momentos até tentei tirar minha mão da dele, mas ele a apertava e dava aquele sorriso de lado lindo dele.

O tempo tinha dado uma trégua e estava fresco, bem atípico. Eu andava e abaixava a cabeça, meu cabelo caia pelo meu pescoço, pois estava preso em um rabo de cavalo e toda vez que isso acontecia, ele me olhava e sorria e tenho certeza de que eu corava sempre que ele me olhava.

Passeamos por toda a praça e depois nos sentamos num banquinho, conversamos sobre o trabalho dele o meu. O que ele gostava de fazer e não acreditei quando ele disse que seu melhor passatempo, era ficar em seu escritório e ler, ou assistir à tv em sua sala.

Ele apenas sorriu para o meu espanto.

Meu celular tocou e pedi licença para atender. Apenas me virei para ter um pouco de privacidade.

- Sim Annie Hulle! – uma mulher se identifica como Carla e que é responsável pelo jantar de gala desta noite.

- Boa noite senhorita Hulle, sou a responsável pelo jantar e quero informar que mesmo com o adiamento da entrevista, faremos o jantar. Haverá algum problema?

- Ok, sem problemas. – Maurício me olhava intrigado.

- Sim, estarei com ele e o avisarei. Não haverá problema algum Carla. E se puderem deixar o envelope na recepção com os convites e endereço do restaurante eu agradeço.

- Ok senhorita Hulle, já enviamos o envelope e o jantar está marcado para as 21 horas. Aguardamos vocês lá.

- Obrigada Carla, até daqui a pouco. – disse franzindo a cara e desligando o aparelho.

Virei-me para ele ainda com a cara franzida. Ele sorriu e inclinou a cabeça.

- O que foi? Estragaram nosso passeio? – sorri.

- Acho que não chegaram estragar. Deixaram um envelope na recepçãodo hotel, com dois convites para o jantar de gala hoje à noite. Será em um restaurante bem conhecido aqui na cidade.

- Ok. E quanto tempo ainda temos? – ele me olha com aquele olhar de cachorro pidão.

- Ainda temos algum tempo. – digo sorrindo.

- Então me fale da sua família, eles moram perto de você? Tem contato com eles? – ele continua com a conversa que estávamos tendo antes da ligação.

- Bem, nesses últimos seis anos, minha família tem sido a Iara. Meus pais já estão bem velhos, e quando me mudei para São Paulo, eles se recusaram a largar o sitio no interior do estado, para vir morar comigo.Ligo sempre para eles, mas muitas vezes eu acho que eles queiram que eu vivesse e construísse a minha própria família. Até pensar em ter sido adotada, eu já pensei.

Inesperada Paixão - (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora