Capítulo 19

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Annie

Acordei e senti a cama vazia ao meu lado. Como uma boba, sorrindo, olhando para minha mão, e vendo o anel em meu dedo, era simplesmente lindo. E uma vontade enorme de abraçar e beijar Maurício me invadiu. Eu o amava e não poderia mais negar.

Levantei de vi que a porta que ligava o meu quarto para o dele, estava fechada, e fui ao encontro do meu amado. Ele não estava no quarto e sua cama estava arrumada, fui ao banheiro e a toalha estava jogada no chão, ainda molhada, me joguei em sua cama, para sentir seu cheiro e passando a mão pelos travesseiros, encontrei seu telefone. Segurei-o contra meu peito e me levantei e não vi sua mala, nem sua bolsa.

Foi quando comecei a me inquietar. Olhando para o aparelho em minhas mãos, me forcei à vontade de liga-lo. Voltei para meu quarto e encontrei em cima de minha bolsa, um papel dobrado, e senti um calafrio subir por minha espinha. Peguei o papel e ao abri-lo meu coração gelou, e fiquei sem chão, o bilhete estava escrito apenas:

"Annie meu anjo, algo totalmente imprevisto e inesperado, aconteceu. Tenho que viajar e assim que voltar, prometo lhe contar tudo o que está acontecendo.

E logo que for possível, te ligo!

Maurício Moura".

Fiquei olhando o aparelho em minha mão, mesmo travando um imenso conflito dentro de mim, resolvo ligar o aparelho e apertar em chamadas. Um baque ainda maior se instala em meu peito, quando vejo o nome Camila. Minha vontade era de retornar a ligação, mas o que eu iria dizer? Quem eu era? Ou quem ela era?

Na verdade nem sei quem eu sou na vida dele agora. Minha vida virou de cabeça para baixo de novo, e estava sozinha novamente. Sentei na minha cama e tentei organizar meus pensamentos. Respirei fundo, ainda segurando o aparelho em minhas mãos, querendo não acreditar, no que estava acontecendo comigo. Ser trocada de novo, seria além de humilhante, bem doloroso, em um espaço de tempo tão pequeno. Será que era sina? Meu Deus, o que fiz para acontecer essas coisas comigo?

Deixei o telefone dele sobre minha bolsa e fui tomar um banho frio. Me sentido sozinha e abandonada e as únicas coisas que me dizia, que tudo não foi um sonho eram o anel em meu dedo e o telefone dele sobre minha bolsa.

O que poderia ter acontecido, para ele sair, sem me falar nada?

Porque não me acordou?

Como iria me ligar e para onde ele foi?

Ele não sabia meu número de celular, mas deveria saber o da agência. Minha cabeça estava um caos. Depois de vários minutos debaixo da água fria do chuveiro, saio e com a cabeça ainda em tormenta, começo as ligações que preciso, para cancelar o restante das entrevistas marcadas. Não estava com coragem ou força para fazer isso, mas teria que arrumar.

Abro a pequena geladeira que ficava embaixo da mesa, e pego uma caixinha de achocolatado. Isso deveria assustar a pouca fome, antes de descer.

Liguei para as livrarias, e, após cancelá-las, ligo para o Paulo. Ele teria que saber o que estava acontecendo. Nunca havia acontecido algo assim, comigo e minhas clientes. Sabia que seria diferente com Maurício, mas nem de longe, eu poderia imaginar que me envolveria com um cliente. Tinha que ter escutado meus instintos, talvez, não estaria assim, triste e magoada, ferida e completamente apaixonada. Assim que completa a ligação, o Paulo atende com uma voz alegre, que me faz fechar os olhos e suspirar de dor.

- Olá Annie, não esperava uma ligação sua. Nunca me liga em suas viagens. Precisa de algo?

Respirei fundo, para dizer apenas o necessário.

Inesperada Paixão - (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora