Annie
O despertador de meu telefone tocou cedo e como fui dormir tarde, pensando em tudo o que aconteceu e eu estava completamente um caco. Cada vez que eu fechava os olhos, sentia nitidamente as mãos de Maurício passeando por todo o meu corpo. E esses pensamentos me dificultaram a pegar no sono.
Olhei para o visor do aparelho e vi que eram sete horas e a entrevista estava marcada para as nove. Pulei da cama, para avisar ao Maurício, talvez ele tenha perdido a hora também. E a lembrança de como ele saiu daqui do quarto ontem, fez meu coração se contrair. Meu telefone vibra em minha mão, atraindo minha atenção para ele e o nome "Dr. Maurício", aparece no visor em uma mensagem de texto.
"Bom dia meu anjo, já acordou? Estou esperando por você aqui embaixo para o café."
Caramba, ele já acordou? Como ele consegue madrugar assim?
Dou um salto da cama e vou até o banheiro, tomo um banho para espantar o sono remanescente. Minha aparência não é a das melhores. Olheiras marcavam meus olhos, mostrando o quanto eu estava cansada. Após o banho e uma make rápida, consigo disfarçar a minha noite mal dormida. Visto um conjunto de calça e blusa de tecido leve e desço para tomar o café.
Maurício estava sentado em uma mesa no canto da sala, com um jornal nas mãos. Ainda não havia tomado seu café.
- Bom dia anjo. – ele sorri assim que me sento à cadeira em sua frente.
Ele estava lindo, na verdade ele é lindo. E uma vontade louca de tocar seu rosto e tua pele me invade. Acabei me controlando, eu tinha uma grande certeza: se ele tentasse novamente alguma coisa, eu não conseguiria recuar.
- Bom dia Maurício. Está pronto para a entrevista? Serão as mesmas perguntas, então não precisa se preocupar. – havia uma pequena ruga em sua testa, entre seus olhos.
- Não é por isso que estou preocupado, com a entrevista eu estou completamente tranquilo.
Ele dobrou o jornal e apoiou-o sobre a mesa e fixou seu olhar em mim e não disse nada, ficou apenas me olhando. E eu acabei quebrando o pequeno silêncio.
- Já está cansado de toda essa agitação, quer voltar para São Paulo? – peguei o bule com o café e me servi de um pouco dele, segurando a xícara com a outra mão.
Ele segurou minha mão que estava sobre a xícara. A mesa não era tão grande, dando o acesso que ele precisava para alcançar a minha mão.
- Na verdade, não. Estou gostando desse tempo que estamos passando juntos. Fico muito recluso em meu escritório em minha casa, ou em meu consultório. Essa viagem está me fazendo bem, me fazendo gostar de viajar em boa companhia. – ele levantou os olhos, o que me aqueceu por dentro, bem mais do que o gole de café que tomei em seguida. E eu gostei do que senti.
Durante o café, seus olhos não saíram dos meus. Terminamos e conversamos sobre a entrevista e seu livro. Ao chegarmos à livraria, correu tudo tranquilamente e já era quase hora do almoço, quando terminamos. Não houve tempo de falar sobre o que aconteceu na noite passada. E eu estava estranhamente aliviada por isso.
Chegando ao hotel, quando pegamos as chaves na recepção, o rapaz me entrega um papel com um recado nele. Senti os olhos curiosos de Maurício sobre meus ombros, mas não pronunciou palavra alguma. Pelo contrário, pegou sua chave e disse que me encontraria mais tarde, para irmos ao aeroporto.
Subiu me deixando parada na frente do balcão da recepção com o papel em minhas mãos que estava escrito:
"Me liga, preciso falar com você". Thiago.
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Inesperada Paixão - (completo)
Roman d'amourRepostando a história da Annie e do Maurício agora nesse perfil. espero que gostem.