Ansiosos.
Era a palavra que mais definia Otabek e Yuri naquele momento, enquanto a obstetra lambuzava a grande barriga do ômega, o preparando para a primeira ultrassom.
O nervosismo de Yuri podia ser sentido a quilometros, seu corpo inteiro parecia querer correr pela vontade de conhecer seu bebê.
O moreno segurava com força a mão do noivo, tentando passar o máximo de segurança que podia. No entanto, sua situação não era tão diferente assim. Estava aflito, agoniado, inquieto, apreensivo. Estava feliz, preocupado, e grato. Especialmente grato.
Depois da cena que tiveram no curso preparatório, onde Yuri aos prantos expôs todas suas inseguranças, o alfa sentia ainda mais necessidade de mostrar que estava ali, que seria o porto seguro que o outro precisava.
— Estão prontos? - a mulher de meia idade perguntou, assim que posicionou o equipamento sobre o ventre do loiro.
O casal se olhou carinhosamente antes de concordarem.
e os dois pares de olhos brilharam, sussurando "sim" em uníssono.
A mulher assentiu, segurando a pequena caixinha da máquina, e a pressionando suavemente sobre a barriga. O par de mãos se apertou mais, apertou-se junto os corações, tamanho fora a alegria ao ouvir o pequeno barulho.
Tum, tum, tum, era o único som que podia ser ouvido na sala. Até o momento que o som trocou-se por um arfar, e seguido dele um pequeno choro. O sorriso que brotou em todas as faces do local era acompanhado de lágrimas. O bebê estava lá, bem e extremamente saudável.
— Vocês querem saber o gênero? — A mulher perguntou, e o casal se entreolhou. Já haviam discutido isso antes, a resposta veio em segundos.
— Não. Queremos que seja surpresa. — A voz do moreno estava suave, e seu peito apertava e tentava bater no mesmo ritmo do barulho. Estava aquecido. Ambos estavam.
O fruto do amor deles estava lá, e eles ansiavam para vê-lo correr de um lado para o outro.
[...]
É claro que, chegando na casa de sua família, Yuri exibiu as fotos do ultrassom para todos. Otabek ameaçou Victor caso ele contasse o gênero do filho deles. Afinal, já teve duas gestações e sabia muito bem como ver isso no ultrassom.
— Eu só 'tô falando que se vocês soubessem ia ser mais fácil para comprar os presentes e os brinquedos. — Victor levantou as duas mãos, enquanto a pequena Alissa escalava seu corpo.
— Brinquedos não têm gênero. Se um brinquedo precisa do gênero, ele não é para crianças Victor. Fim. — Yuuri interrompeu, levando uma xícara de café para suas visitas, o casal papai-e-papai do ano.
— Já sabem como vão decorar o quarto pelo menos? — Victor animou-se.
— Ainda não, mas pensamos em algo neutro em branco, madeira-clara, amarelo... Não vamos mudar muita coisa da decoração antiga da casa. — O cazaque sorriu, imaginando um quarto extremamente moderno, com travesseiros de estampas geométricas e brinquedos em tons vibrantes.
Yuri por sua vez imaginava vários bichinhos de pelúcia, adesivos gigantes de gatinhos na parede, cortinário na cama, poltronas em forma de animais e tudo que o Pinterest havia mostrado para si na última semana. Claramente dava para entender o motivo dele não ter se tornado decorador. Otabek ficou por conta da decoração, para o alívio de toda a família.
— E o enxoval?
— Ah, estávamos indo no centro começar a comprar as coisas hoje, saindo daqui. — Yuri disse, enquanto o alfa japonês acariciava e balbuciava com a barriga.
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I can't Fly
FantasyCOAUTORIA: @Jaine_Nina Seria possível ter tanto azar? Fazia anos que Otabek não encontrava alguém interessante de verdade. Não esperava que encontraria naquele mercado, também. Devia ser um castigo divino que, justamente quando sentiu aquela famosa...