Capítulo XVIII

15 3 2
                                    

Já não me preocupo se eu nem sei porquê às vezes o que eu vejo quase ninguém vê

(Quase sem querer — Legião Urbana)


— Espere... O que quer dizer com isso?

Safira já se recuperava estando praticamente bem.

— Eu recorro a energia potencial das pessoas quando faço uma invocação. — Ela se recompôs e foi em direção a porta sem abri-la. — Sua energia potencial é a dos outros Fadas Akans. — Ela colocou a mão da maçaneta. — Agora, você tem o poder deles.

Eu não me sentia exatamente diferente. Era como se os “poderes cósmicos fenomenais” não fizessem efeito algum em mim mesmo estando lá.

— E então?

— Então eu irei pedir que arrumem uma rede para você. — Ela abriu a porta. — Por hoje, nós descansamos.

***

— Hey. — Senti um empurrão. — Hey. Acorde.

Me levantei meio tonta. Tinha esquecido como era extremamente bom dormir deitada.

— Que dia é hoje? — Perguntei para James de pé ao lado de minha rede.

— 16 de dezembro. Por quê?

— Nada. — Eu tenho que chegar antes do Natal. — O que foi?

— Estão chamando você para podermos discutir como iremos abordar a ilha.

— Mas já?! — Exclamei espontaneamente. — Estou aqui há menos de um dia.

— Bom... — Ele respondeu como se não fosse ideia dele. — Não temos tempo a perder.

Tenho que chegar em casa antes do Natal.

— Está bem. — Concordei levantando.

O acompanhei até a sala de Safira, na qual estava a própria muito melhor do que da última vez que eu a vira e mais várias pessoas em volta de uma mesa.

— Karranp, hang wo Vanessa Dante, yon parenu Akan. — Disse Safira.

Espontaneamente, minha mente sabia o que ela disse: Senhores e senhores, essa é Vanessa Dante, nossa primeira Akan.

Dessa forma, também sabia o que responder.

— San. — Oi.

Me aproximei confiante e o resto da conversa se manteve de maneira natural em Niand.

Os outros se apresentaram levantando a mão e mostrando seus símbolos.

— Dasan. — Disse um homem com o símbolo de fada.

— Chun. — Falou uma mulher com uma figura dividida entre uma cabeça humana e uma de tigre.

— Aleksandr. — Se apresentou um garoto nanteral.

— Samirah. — Confirmou a salamandrae que eu já tinha conhecido.

O círculo se fechou com James, que era sereiano e o silêncio abriu espaço para que eu perguntasse:

— O que planejam fazer?

— Nosso plano — explicou Safira — é combinar com nosso espião e levar todas as nossas forças. — Ela apontou no mapa aberto que estava sobre a mesa mostrando a ilha. — Cada grupo ataca em um ponto e assim que tirarmos as pessoas, nós explodimos tudo.

Mas que...?*l

— Primeiro: por que acham que as pessoas irão seguir vocês ao invés de ataca-los ou fugir?

A Ilha - As Crônicas dos Nianders Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora