Meu eterno amor,
Jamais retiro o anel de noivado de meu dedo, já notaste?
Sabias que naquela manhã minha mãe me acordou tão animada que me arrastou para o banho e foi escolher minhas vestes sem nem me desejar um dia bom? Minha prima estava junto e minha tia apenas me dava instruções de como me portar.
A única coisa a qual eu conseguia pensar era, por Deus, o que estava acontecendo que eu tinha que me portar como num baile sendo que era apenas para ir ao desjejum?
"O que tens na cabeça, menina? Desça já que o teu futuro marido está a sua espera."
Essa foi a notícia a qual recebi de forma sutil pela minha mãe. Minha prima soltou uma daquelas risadinhas e se colocou ao meu lado, entrelaçando o braço no meu.
Estava quase paralisada enquanto ela praticamente me carregava pelo caminho até a sala de jantar.
Assim que entrei, ela soltou meu braço e cambaleei ao ver se erguer e fazer uma mesura. O sorriso em seus lábios me fez corar ao recordar do acontecido no dia anterior.
E finalmente tudo foi se juntando.
As palavras de minha mãe.
Sua presença.
Toda a pressa e exigência para com minhas vestimentas.
Tudo fez sentido. Eu finalmente retomei minha consciência.
Lembro me de puxar o ar com força, apavorada com a ideia de que eu estava imaginando coisas demais, novamente acrescento.
Virei em direção aos meus pais, minha mãe parecia brilhar em puro contentamento e meu pai parecia meio inerte, um vinco em sua testa demonstrava o quão pensativo e preocupado estava.
Minha prima parecia ter problemas em permanecer quieta em seu assento, e minha tia apresentava um sorriso orgulhoso e ansioso no rosto, me lançando um olhar incentivador. Meu tio, bem, este estava entretido observando todo o alimento presente na mesa, como sempre.
Quando demorei em demasia para me sentar, foi quando notaram que algo estava errado. O corselete estava deveras apertado, ou fora o ambiente que se tornara estranhamente quente naqueles instantes?
Não sei como não desiste ao ver que a jovem menina que tinha escolhido para ser esposa e acabado de selar um acordo com seu pai. Uma mera garota que acabara de completar sua decima oitava primavera, desastrada, fora dos padrões e até mesmo destituída de qualidades necessárias em uma boa dama para a sociedade, completar tudo ao desfalecer antes mesmo de ter a confirmação do compromisso firmado.
Quando acordei só pensei que fora um sonho. Mas não fora.
Nunca entendi. Como pode continuar sem ainda me amar. Porque não desistiu e fora encontrar alguém mais qualificada.
Mas fico feliz que não tenha feito. Jamais seria feliz com outro além de ti.
E sei que não seria tão feliz com outra, além de mim, claramente.
Com amor, sua Lua.
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Com amor, sua Lua
RomanceCartas de um amor eterno, onde o sentimento quando puro nunca termina. Alcança as estrelas e como tal estão sempre a brilhar. Plágio é crime • Postada somente aqui, não há autorização para adaptações e nem repostagem, se verem em outro lugar, denun...