Com amor, o dever.

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Meu marido,

Quando aquela carta chegou o dia estava nublado, como um predizes de um mau presságio. O mundo estava entrando em colapso, as pessoas perdiam suas mentes em meio a ganância e a busca pelo dito poder, pela dita verdade, esta a qual também queriam manipular. 

A carta trouxe um adeus, o primeiro que tivemos que dizer um ao outro. Você deveria partir, deveria servir seu país e lutar pelo mesmo, deveria ir para a guerra e me deixar a mercê das mais puras inseguranças e do mais terrível medo, o medo de te perder para sempre. 

Lembro-me com uma grande riqueza de detalhes o quanto eu me mantive firme enquanto você me olhava, apenas aguardando que eu tivesse algum parecer perante tal situação. Lembro-me de você derrubando a primeira lágrima e de ser o estopim para que eu soltasse todas as minhas que eu nem sabia que estava a segurar em tal momento. 

Foi tão difícil, eu iria o perder? Você não voltaria para mim no fim? Como tudo aconteceria? Você viveria? Eu viveria? Meu amor, eu nunca consegui me imaginar sem você, eu mal conseguia respirar naquele momento tamanho desespero que se apossava do meu coração. Era seu dever ir para a guerra e defender o seu país, mas era o meu dever como sua esposa chorar por sua ida e rezar pela sua vida.

Sinto tanto a sua falta, meu amor. Já perdi a conta dos meses que fazem desde a vossa partida, você ainda está em guerra e mal sei se está a receber minhas cartas, pois nem uma resposta veio até hoje. Por favor, se cuide, se mantenha saudável, se mantenha são, se mantenha firme, se mantenha vivo, se mantenha pensando em mim, se mantenha esperançoso. 

Por favor, eu só peço para que volte para nós!

Com amor, sua Lua. 

Com amor, sua LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora