Deitada sobre a minha cama agarrada a minha nova aquisição quando a minha progenitora bate há porta do quarto entrando logo a seguir a lhe dar permissão para tal.
"Diga mãe." - falo retirando os fones que estavam anteriormente nos meus ouvidos -
"O teu pai quer falar contigo,querida." - anuncia e logo me levanto dirigindo-me ao seu escritório no andar de baixo -
Bato a porta e logo me dá permissão para entrar.
"Precisa de falar comigo?" - pergunto antes de me sentar na poltrona de frente para o mesmo, sinto-me muito insegura quando o tenho que fazer, aliás eu acho que nunca me senti segura em momento algum -
"Sim quero,Phoebe." - o meu pai quando usa o meu nome para o que quer que seja nunca é algo bom, não que eu me lembre - "Eu fiz um negócio."
"Outro?" - é a primeira coisa que me sai da boca e já sinto o seu olhar pesado sobre mim -
"Vou ignorar o tom." - suspira rabiscando a sua assinatura em alguns papeis - "A empresa estava a precisar urgentemente deste novo investimento e eu tive que ceder." - pergunto-me qual será o negócio, e porque será que me chamou aqui, já que nunca o fez -
"Onde é que eu entro nisso?"
"Vais te casar." - o quê, eu ouvi bem o que ele disse ou foi só uma alucinação minha, é que eu acho que o ouvi dizer que me ia casar -
"Pode repetir?"
"A nossa empresa estava a perder audiência digamos assim e o mesmo está a acontecer com a empresa da nossa sócia." - riu abanando a cabeça e acho que já cheguei lá -
"Estão a deixar de ser falados é isso? A fama está a desaparecer deixando apenas o proveito?!"
"Seguindo em frente, ambos falamos e achamos porque não casarmos os nossos filhos, visto bem porque não?" - eu já nem consigo perceber se ele está apenas a brincar ou a falar a sério -
"Estou a ver, já que o pai foi obrigado a casar-se ... eu também posso ser porque é algo normal." - deve ter sido a primeira vez que falei para com o meu pai com algum sarcasmo, porque pensar, isso já o fiz várias vezes -
"Phoebe não sejas dramática, não é um bicho de sete cabeças, só precisas de ficar casada durante o tempo que está no acordo ... depois podes te divorciar e isso sim, dará ainda mais audiência." - fala entregando algumas pastas à sua assistente pessoal - "Além disso talvez aprendas várias coisas, o que é ter responsabilidades, o que é ter que fazer, aprenderes a comportares-te em público."
"Eu não posso fazer isso." - digo - "O pai não me pode fazer uma coisa dessas."
"Já fiz." - fala com a maior tranquilidade do mundo -
"Já fez como? Se é um contracto eu tenho que assinar certo?" - ri -
"Certo e vais fazê-lo." - ele ajeita a gravata e retira de uma das suas pastas três folhas agrafadas, pousa as mesmas à minha frente, uma caneta é colocada perto do pequeno espaço de assinatura -
"Vou fazê-lo porque o pai quer? Não." - nego de imediato -
"Assina Phoebe." - reforça -
"Não, e não vou voltar a repetir." - ele faz sinal à sua assistente e a mesma sai fechando a porta -
"Phoebe se tu não assinares, vais ser a culpada, e parece-me que a tua mãe não vai gostar nada disso." - suspiro -
"Está a fazer chantagem?"
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DEALING
Genç KurguQuando nos vemos praticamente a sermos empurrados para um casamento, ainda por cima com apenas 18-anos? Assusta-me a ideia de ficar aprisionada a alguém sem saber o que é "amar" alguém dessa maneira tão espontânea. Agora penso que não passei de um "...