Capítulo 2

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Aquela descontracção toda não podia ser normal certo? que idade é que ele tem ou que idade é que ela pensa que eu tenho? Eu sinto-me demasiado estranha, não gosto de fazer amizades e muito mais falar tanto com a pessoa quando nos conhecemos pela primeira vez, eu sei como sou e funciono. Até me chego a afeiçoar à pessoa e depois as coisas correm mal e lá volto eu ao fundo do abismo. Ele parece demasiado descontraído desde que deu naquela de Jamie Dornan.

 

"Nós vamos nos casar certo?" - pergunta pousando os talheres -

"Tem que ser." - digo -

"E quer dizer que vamos morar numa casa, os dois, e não nos vamos falar nem uma vez?" - questiona rindo -

"Olha Nate, eu tenho tentado ser o mais simpática contigo mas a verdade é que eu não sonhei com isto, aliás eu toda a minha vida trabalhei para ir viver uma experiência completa na faculdade." - parece atento ás minhas palavras - "Não digo entrar num clube daqueles de miúdas irritantes a correr com pom poms e saias minúsculas mas talvez ficar numa residência ou numa Kappa mas sem os pom poms, um quarto pequeno, e se tivesse sorte até passar despercebida lá." - comento - "Não sou de festas mas até me atrevia a saborear umas quantas, só para ter o pacote completo, do que é a faculdade." - suspiro - "E agora vou ficar a viver com um rapaz que não conheço de lado algum, na mesma casa, e ainda por cima a termos que conviver um com o outro." - continuo - "Nada contra ti, a sério, até podes ser um bom rapaz ... mas eu já tive más experiências." - sou interrompida -

"Respira fundo." - diz - "Achas que eu também quero isto? Eu acabei de ser admitido para um curso de medicina na Universidade de Stanford e acredita que eu não posso estragar isto desta vez, digamos que é um segundo ano a fazer o primeiro." - revela - "Eu também tenho um passado e ele é de longe o perfeito." - um médico, por esta não esperava, as aparências iludem grita o meu subconsciente -

"Medicina? Stanford? Uau ... eu vou entrar em psicologia mas é na UCLA." - digo para ele se aperceber da distância - "Vamos viver numa casa aos fim-de-semanas? Isto não é um casamento, muito menos de fachada." - concluo -

"Podes ter calma?"

"Podemos acabar de comer em silêncio, por favor?" - peço e ele afirma que sim -


(...)


"A conta por favor." - ele fala antes que me possa aperceber que finalmente acabou -

"Não é preciso, é por conta da casa, ordens do senhor Robert Dixon." - dá de ombros e ri -

"Precisam de mais alguma coisa?" - questionam assim que nos vêm a levantar -

"Não e o jantar está pago em nome ..." - inclina um pouco a cabeça com um sorriso -

"Do doutor Robert Dixon, nós sabemos, espero que tenham usufruído do nosso espaço." - ó claro, imenso, vou voltar cá mais vezes - "Até à próxima."

"Obrigada." - ele diz aparando as minhas costas e o meu primeiro instinto é fugir mas lembro-me das palavras do meu pai, é suposto parecermos um casal, que destino o meu -

"Podíamos ir passear à beira mar." - propõe -

"Estás a brincar certo?" - pergunto encarando o mesmo - "Prefiro ir para casa."

"Não, achei que podíamos nos conhecer melhor." - sorri -

"Isto para ti deve ser uma novela mas para mim é um pesadelo. Eu quero ir para casa, deitar a cabeça na almofada e rezar para que tudo isto não passe de um mero sonho." - digo -

DEALINGWhere stories live. Discover now