catorze ·

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Há seis anos, Novembro 2012

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Há seis anos, Novembro 2012.

Eu havia omitido para ele minha doença por meses e agora estou mentindo. Na consulta que fiz meses atrás, o doutor disse que por eu ter passado muitos anos sem tratamento e sem o devido acompanhamento a doença poderia já está avançada, ele pediu exames e eu preferi não o fazer. Sei que dependendo dos resultados teria que fazer quimioterapia e todos os outros tratamentos, não quero sofrer mais do que sofro.

Estou sendo egoísta com ele. Digo que venho ao hospital para fazer a quimioterapia e na verdade eu venho apenas para conversar com pessoas que passam o mesmo que eu. É errado e egoísta da minha parte. Keegan está sofrendo tanto quanto eu, ele está com medo tanto quanto eu.

Mas eu vi meu pai morrer, assim como ele viu a mãe morrer. Não quero nutrir algo que sei que não tem jeito, acabou para mim. Já me conformei há anos, não iria tentar, eu aceitei isso.

Aceitei morrer.

   — Está tudo bem? — pergunta ele, segurando minha mão forte.

Depois de alguns dias trancados dentro de casa, resolvemos sair e espairecer. Estou amando andar um pouco e receber os raios de sol em minha pele pálida.
Estamos a caminho da praça que ele me viu a primeira vez, a praça que passamos horas sentados conversando e olhando para o horizonte. Era nosso ponto de encontro. Era nosso lugar.

   — Está. Você está comigo.

   — Eu te amo, doce.

   — Eu te amo mais. Mil zilhões, você sabe disso.

Sua boca se abre em um lindo sorriso maroto. Keegan irradia tanta calmaria, ele costuma dizer que sou eu, mas a verdade é que ele é quem é calmaria. Minha calmaria.

   — O banco está vazio, doce. — diz me puxando alegre, parece até uma criança. Sorrio por toda sua empolgação pelo banco da praça está vazio.

   — Amor, estamos parecendo duas crianças correndo. — digo rindo, enquanto o vento nos chicoteia por estarmos correndo.

   — Nós somos crianças de alma.

Nos sentamos.

   — Quero que me prometa que nunca deixará de viver, Keegan. Promete?

   — Só se você prometer estar comigo. Promete?

   — Eu sempre vou estar com você, amor. Aonde você estiver saiba que vou estar lá. Serei o ar, o sol, a água. — digo beijando seu pescoço, e fico parada só sentindo seu cheiro enquanto o abraço.

Eu te amo, Keegan.Onde histórias criam vida. Descubra agora