vinte ·

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Atualmente, Março 2019

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Atualmente, Março 2019.

Caminho pelo vasto cemitério indo em direção a lápide da minha garota, Hope está com um brinquedo em mãos entretida. Estamos nos dando bem, já faz alguns meses que estamos morando juntos. Comemorei seu aniversário de cinco anos, dia trinta de janeiro e foi muito bom, meu pai, ela, Andres e eu. Minha mãe, estava lá, eu podia sentir. Assim como podia sentir minha doce e seus pais lá também.

Fizemos um bolo, e cantamos os parabéns dela. Coloquei as cinco velinhas para representar não só sua idade, mas para que eu pudesse parabeniza-la por todos os quatro anos que eu não pude estar comemorando com ela. Seu sorriso era contagiante, tirei diversas fotos do seu aniversário e uma dessas fotos trouxe junto com uma rosa branca.

Me abaixo com Hope nos braços e me ajoelho frente a lápide. Seus olhos violeta curiosos avaliam o lugar e onde estamos, sua mão vai até a foto de sua mãe cravada na parede de cimento, sorrio ao vê-la sorrindo para a foto enquanto a toca.

   — É a mamãe, princesa. — sussurro sorrindo entre lágrimas que escorrem sem comando.

Ela me olha e sorrir mais ainda, Hope pega seu brinquedo e coloca em cima da lápide.

   — Oi, doce. Feliz aniversário para mim. — sorrio genuinamente, voltei a comemorar meu aniversário, a morena me ajudou. — Ontem eu visitei minha mãe, foi bom, muito bom.

Coloco a rosa junto das outras, a foto tento encaixar junto com a sua de alguma forma. Ficou parte da foto presa e a outra solta. Mas ficou.

Olho para nossa filha que brinca alegremente, rio dela quando o vento se choca contra ela e seu cabelo comprido se espalha por sua face. Ela puxa tentando ajeitar com sua mão pequena.

   — Deixa papai te ajudar. — ela vem em minha direção, parando em minha frente.

Isso sempre me deixa orgulhoso e bobo, eu a chamo dizendo "papai" e ela vem sorrindo. Ter uma filha era uma das coisas que pensei que não teria pela condição de Amy, mas aqui está o nosso pequeno milagre.

Nossa esperança.

   — Resolvi cortar sua linha telefônica, doce. — murmuro segurando o brinquedo que Hope colocou em minha mão.

   — Me mudei para nossa casa e chorei quando vi todas as cartas que havia te enviado, eu as reli e resolvi escrever uma última para você. — suspiro pesadamente, Hope vem em minha direção de novo e me abraça, sorrio ao sentir seus bracinhos que nem se fecham ainda a minha volta — Quero lembrar sempre de você, quero contar a nossa filha a pessoa maravilhosa que você foi, entretanto irei fazer isso sem ligar ou mandar cartas. Tenho uma linda garotinha para cuidar agora, nossa linda garotinha.

Eu te amo, Keegan.Onde histórias criam vida. Descubra agora