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Há seis anos, Abril 2012

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Há seis anos, Abril 2012.

Minha mãe está sentada na varanda da nossa casa olhando para a filha dos nossos vizinhos, Ana e Holman, eles cuidaram de mim muitas vezes como se fosse filha deles. Ambos já são de idade, depois de anos resolveram adotar uma linda garotinha já que dona Ana não pôde ter filhos. O olhar da minha mãe é dolorido e confuso. Queria saber o que tanto a faz ficar assim, às vezes eu prefiro pensar que ela teve depressão pós-parto quando me teve, é o único motivo para ela não gostar de mim, mas gostar de outras pessoas. Antes do meu pai adoecer, ela até que era mais carinhosa comigo, porém após sua morte, ela mudara, se tornara mais seca e distante.

Amarga.

Ela só fala o necessário comigo ou quando quer me provocar por ter trocado Trevor por Keegan. Eva não aceita que eu seja feliz sem o imbecil, ela não aceita meu namorado de jeito nenhum.

Keegan é muito mais lindo que Trevor, mais inteligente e muito mais respeitador. Talvez esse ódio todo seja porque ele não deu nenhuma demonstração de interesse nela, como meu ex fez. Nunca havia percebido antes até ter pego eles juntos, minha mãe conhecia Trevor há um tempo, eramos amigos antes de namorarmos. Mas em nenhuma vez passou na minha cabeça que ela tinha interesse nele, nem sei se ela traiu meu pai com ele ou só ficou com ele quando meu pai morreu e ele estava comigo.

Já pensei em perguntar sobre isso, mas ela só me machucaria com palavras e isso é o que menos preciso.

   — Dona Ana pediu que a senhora passasse lá mais tarde. — atravesso a porta, paro ao seu lado que está sentada no balanço que havia ali, desde a morte do meu pai eu nunca mais sentei nele.

   — Ela falou o que era?

   — Não.

   — Aquela menina está enorme. Linda. — diz sem me olhar, olho para a menina que ela está olhando, Sarah é linda mesmo. Acho que ela havia feito cinco anos esses dias.

   — Sim, ela é linda. É a cara da mãe dela. — dona Ana havia nos apresentado à mãe da menina, ela não tinha condições para criar e resolveu pedir a eles para cuidarem dela. Eu vi que doeu nela ter que dar sua filha por não poder criar.

Sem maldade alguma eu soltei, fico sem entender quando ela me olha com desprezo. Sua postura muda. Ereta.

É nítido o escudo que ela acabara de por entre nós, sua postura e sua feição é de puro desprezo. Juro que gostaria de entender o que se passa em sua mente. Saber o que eu fiz para ela ser assim, agir assim e me tratar assim. Como um nada.

   — O que está fazendo aqui? Resolveu largar o pé no saco ou ele te largou? — o veneno escorre por seus lábios finos.

   — O seu problema foi não ser fodida por ele ou Trevor não te querer por não estar mais comigo? — revido. Mas me arrependo, seus olhos se arregalam e suas narinas inflam.

Eu te amo, Keegan.Onde histórias criam vida. Descubra agora