∞
Atualmente, Abril 2018.
— Seu apartamento está... limpo.
O homem que está em minha frente nesse exato momento, o homem que não pode ser considerado um, o homem que a cada dia que me olho no espelho eu o vejo, só que bem mais velho que eu. O homem intitulado como meu pai tem um olhar de incredulidade ao ver meu apartamento um brilho de tão limpo. Acho que ele esperava um chiqueiro de porcos e eu com a aparência do ator que fez o filme Náufrago.
— E isso é ruim? — questiono indiferente.
— Não filho, é muito bom saber que...
— Bom, eu acho que me deram um nome para ser chamado, então é Keegan para você. E o que eu faço ou não no meu apartamento é problema meu. — o corto ríspido. Ele não tem nada para me falar que acrescente em minha vida. Ele até tinha, todavia escolheu me deixar e deixar minha mãe.
Sozinhos.
— Eu sei que você não me perdoou por eu ter abandonado você e sua mãe quando mais precisaram, mas eu tinha medo de não suportar...
— É, sabe quem tinha medo? Eu! Todos os dias eu ia de cinco em cinco minutos no quarto dela para ver se ainda respirava. Eu só tinha dezesseis anos, quando eu a vi morrendo aos poucos e fiz exatamente vinte e um, quando ela morreu. — esbravejo amargurado.
Podia passar anos, isso ainda dói para caralho. Dos dois eu era mais apegado a ele, e eu olhei em seus olhos e pedi que não fosse. Ele decidiu ir e nos deixar, decidiu não sofrer, mas decidiu deixar um adolescente sofrer sozinho cuidando da mãe doente.
Porquê ele não iria aguentar. Rio irônico disso.
— Eu me arrependo tanto filho, tanto mesmo.
Ele tenta se aproximar de mim, todavia eu me afasto antes que ele chegasse mais perto, o homem a minha frente é tudo o que eu nunca quis ser, e no final de tudo eu fiz a mesma coisa. Mesmo não tendo culpa, mesmo não tendo a intenção.
Jamais me perdoarei por isso.
Mesmo eu tendo o perdão dela.
Caminho em direção ao deque pequeno que tinha próximo ao balcão da cozinha e pego uma garrafa de uísque que já se encontrava quase seca, daria apenas para um gole agora.— Você sabe que elas não iriam querer isso para você, nem ela, muito menos sua mãe.
— E o que você sabe disso? Você estava aqui quando eu precisei nas duas vezes? Você não sabe de nada!
— Sei que as duas amavam você.
Sorrio por odiar o fato dele estar aqui e me odeio por não ter coragem de mandá-lo embora.
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Eu te amo, Keegan.
RomantizmVERSÃO RASCUNHO / RETIRADA PARA REESCRITA EM BREVE Keegan Fuller, já sentiu na pele como é se sentir no fundo do poço. Aos 16, descobriu que sua mãe estava doente, seu pai que sempre dizia que os amava, os abandonou. O moreno era apenas um adolescen...