Capítulo 02.

145 20 31
                                    

     Deixo minha cabeça repousar no ombro de Thomás

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

     Deixo minha cabeça repousar no ombro de Thomás. Estamos aqui há horas, sentados no banco frio da praça olhando para o breu à nossa frente, mas como sempre a vasta e infinda escuridão repleta de estrelas cintilantes sobre nós, acalma as batidas do meu coração.

— Como está? —  eu não estava bem, e eu não sabia o porquê de estar tão triste. Talvez seja por causa de um filme clichê de romance em que o mocinho morre, ou um filme triste em que o cachorro fica sozinho nesse mundo cruel e cheio de atrocidades. Isso sim era bem triste.

— Estou bem —  respondo por fim. — É só um mal-estar passageiro — concluo. Eu não pensava direito quando estava na TPM, muito menos nos dias em que chorava se matasse uma formiga. Eu havia arrastado Thomás até o banco de uma praça às 10h18 da noite apenas para que pudéssemos ficar na bad juntos. Sim, eu sou meio louca.

— Tina? Vamos embora, eu estou com fome! — reviro os olhos com sua revelação.

— Quanta novidade! — ergo minha cabeça de seu ombro. — Você não liga para os meus sentimentos? Não está vendo que estou meio depressiva por causa do que aconteceu? — encaro-o dramática. É sua vez de revirar os olhos e soltar um sorriso irônico.

— Tina, meu Deus! Era apenas um inseto! — ele se defendeu. Levanto-me e começo a sentir as lágrimas rolando pela minha bochecha.

— Sim — soluço. — E você o matou sem piedade alguma! SEU MONSTRO! — continuo a soluçar. Pobre inseto!

— Tina, espere. Não chore! Calma amor, vem cá. — ele me puxa pelos braços e me abraça. Sinto suas mãos no topo de minha cabeça, afagando meus cabelos de forma reconfortante. — Me desculpe! Eu não queria matar o inseto. Não chore, por favor — insistiu. Me afasto de seu toque e limpo as lágrimas do meu rosto, já cessando o choro.

— Tudo bem.

— Vamos embora? Tem sorvete lá em casa — piscou. Abro um sorriso de lado e me levanto. Thomás imita meu gesto. Um vento frio bate em meu rosto umedecido pelas lágrimas de alguns segundos atrás, resultando em um arrepio por todo meu corpo. Corro para perto de Thomás e abraço sua cintura. Ele coloca os braços sobre meu ombro e puxa-me até a calçada.

— Vou pegar o sorvete na sua casa e vou embora, tá? — falo. Ele para de caminhar e abaixa a cabeça para me olhar. — Que é?

— Ah, claro! Pode ir sim, pegar meu sorvete e ir embora — revirou os olhos. — Para de gracinha. Você vai ficar comigo esta noite — levanto uma sobrancelha.

— Quem disse? — paro de andar e  cruzo os braços acima do peito. Ele vem em minha direção e me puxa pela cintura, me agarrando em seu corpo e voltando a andar.

— Eu.

      Reviro os olhos e o ignoro. Fomos andando pela calçada escura da noite, os postes de luz de LED eram a única fonte de luz daquele lugar. Todas as luzes das casas estavam apagadas; não se via uma única casa com uma lâmpada acesa.

    Chegamos surpreendentemente rápido na casa de Thomás. O que posso dizer sobre sua casa? Era simplesmente incrível! Rica em móveis rústicos ornados com detalhes dourados, a porcelana do piso era impecável. Um elegante lustre de cristal pendia do teto da cozinha. Aquela casa era um sonho de princesa de uma ponta à outra.

— Thomás? Eu acho, seriamente, que não posso ficar aqui — ele repousa seu olhar sobre mim, confuso. — Meu pai: eu preciso ficar com ele e você sabe disso — ele abaixa o olhar e coloca a taça de sorvete em cima da ilha da cozinha.

— Ligue para ele e pergunte se você pode ficar. Simples, não é? — reviro os olhos. — Bruxa, por favor! Apenas hoje — insistiu. — Tenho muitos babados para te contar — concluiu. Penso um pouco. Eu definitivamente tenho que ir embora, mas não quero deixar esse energúmeno sozinho. — Nossa! É tão difícil ficar comigo? —dramatizou. Abro um sorriso e nego com a cabeça.

— Eu só não quero deixá-lo sozinho— ele anui. Coloco a mão no queixo pensativa. — Por que você não dorme lá em casa hoje?

❤️

Apenas VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora