Capítulo 08.

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    Dou de ombros e sorrio. Escuto Thomás bufar e levantar-se da cama.

— Vem, vamos — vestiu sua camisa e olhou-me. — Anda que eu estou com fome!

— Okay — levanto-me da cama. — Pode ir na frente, vou ao banheiro — ele anui e sai. Vou até o banheiro e olho meu reflexo no espelho, o pior dia da minha vida. Prendo meu cabelo em um coque bagunçado e tomo um banho rápido.

    Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha. Observo meus olhos vermelhos através do espelho. Ninguém irá me fazer passar por isso de novo, ninguém irá me humilhar, ninguém irá me fazer de otaria, ninguém irá se aproximar novamente.

Ninguém!

    Saio do banheiro e vou direto para o closet. Pego um pijama qualquer e o visto, passo um hidratante, calço minhas pantufas e saio do quarto enrolada no roupão. Desço as escadas lentamente, o cheiro da lasanha faz minha barriga roncar, mas eu não sentia fome.

— Olá querida — Maria vem em minha direção e me da um beijo na testa.

— Como vai, Maria? — vou até meu pai e lhe dou um beijo na bochecha.

— Muito bem, você vai amar a lasanha que fizemos! — sento ao lado de meu pai ficando de frente para Thomás. — Estávamos só esperando você descer — tirou do forno a lasanha e a colocou em cima da mesa. Thomás levanta e pega uma jarra de suco e três copos. Maria pega uma taça de vinho e se senta ao meu lado.

— Tina, você está bem? — olho para meu pai e abro um sorriso forçado. Eu não vou estragar a nossa noite.

— Claro — ele me olha desconfiado. — Parece estar uma delícia! — Maria sorrir e corta um pedaço colocando em meu prato.

    Maria era a governanta da casa, ela que auxiliava os empregados, que hoje foram dispensados para um dia de folga. Então só havia os seguranças rondando a casa, os jardineiros para cuidar do canteiro maravilhoso de rosas que tinha atrás da cas, Raphaela e Lindsey cuidavam da limpeza, mas já haviam ido embora, pelo horário já ter encerrado.

— É claro que está uma delícia eu mesmo que fiz! — Thomás diz brincalhão.

— Se você tivesse feito, não sairia uma lasanha — meu pai responde fazendo Maria soltar uma gargalhada. Sorrio e provo um pedaço, estava maravilhoso!

— Está maravilhoso! — Thomás serve o suco nos copos e se senta tirando um pedaço e colocando em seu prato e o no de meu pai.

— Como está a Unick? — Maria coloca um pouco de vinho em sua taça de cristal. — Soube que as coisas não estavam bem — conclui e encara meu pai.

— Sim, estão a roubando — meu pai se vira para me encarar e segura minha mão sobre a mesa.

— Mas são uns safados!

— Querida? — levanto minha cabeça e observo os olhos âmbar de meu pai. Ele suspira e tira sua mão da minha, coloca sua mão embaixo da mesa e tira de lá duas passagem. Ele as coloca em cima da mesa e me encara. Franzo o cenho e as pego, me viro e vejo escrito em negrito Brasil. — Não vou te obrigar a nada, se quiser ir tudo bem. Eu preciso que alguém de confiança se instale na Unick e descubra quem está nos roubando.

        Engulo em seco e concordo. Olho para Thomás que estava inerte no assunto, apenas comendo a lasanha, volto o olhar para o meu pai e sorrio.

— Não precisa me falar agora, pensa um pouco. Esse voo está marcado para segunda, pode me da a resposta até lá. Sei que gosta muito de Nova York, por isso não quero que faça algo que não quer, tudo bem? — abro um dos meus mais sorrisos sinceros, coloco as passagens em cima da mesa e volto a comer. — Comprei duas caso não queira ir sozinha — miro meu olhar em Thomás e dou uma piscada o mesmo da de ombros e volta a comer.

Provavelmente ele nem sabe o que está acontecendo.

❤️

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