Capítulo 07.

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    Um soluço escapa de minha boca, em seguida outro e mais outro. Sento na calçada e debruço-me sobre meu joelho. Droga, droga, droga! Eu nunca me senti tão humilhada, era minha melhor amiga a pessoa que conviveu comigo durante anos.

— Tina? — permaneço com a cabeça abaixada. Não queria que me vissem assim, tão vulnerável e tão destruída como agora. — Tina por favor, não chore — sinto ele se abaixar na minha frente e levantar suavemente minha cabeça com as pontas de seus dedos. Encaro seus olhos azuis escuros por causa da escuridão, Philipe abre um sorriso fraco.

— Ah,Philipe... — soluço quando sinto seus braços me rodearem apertando-me logo em seguida, me escoro em seu ombro e me permito chorar.

— Tina, se soubesse que isso estava acontecendo a muito tempo teria lhe falado — sinto seus dedos afagarem meus cabelos, soluço e aperto firme sua jaqueta. — Você é uma garota incrível, não merecia essa humilhação — ele se afasta do abraço para olhar em meus olhos. — Não mude seu jeito de ser por ele, okay? — concordo e volto a escorar minha cabeça em seu peito.

   Lembrança dos meus quatorze anos invade minha cabeça como nunca, a mesma humilhação, o mesmo tipo de traição. Qual era o meu problema?

     Não sei por quanto tempo fiquei ali, mas foi tempo suficiente para prometer a mim mesma que ninguém iria me fazer de otária novamente, ninguém iria me humilhar como ele fez e homem nenhum iria se aproximar de mim novamente, nenhum.

    Philipe fez questão de me levar até em casa. Me despeço dele e agradeço por ter ficado por horas sentado na calçada ao meu lado. Abro a porta e entro, escuto as risadas de Maria ao adentrar na sala, acelero o passo e subo direto para o meu quarto. Abro a porta e vejo Thomás deitado em cima da minha cama, meus ombros relaxam e meu coração acelera ao encontrar seus olhos.

— Amor? O que houve? —  levantou-se rápido e aproximou-se, olhou no fundo dos meus olhos e me puxou para um abraço. — Calma, vai ficar tudo bem, eu estou aqui...

— Ah, Thom! Ele me traiu com a minha melhor amiga. A minha melhor amiga, merda! — soluço. — Por que ele fez isso? Por que ela fez isso comigo? — soluço. Sinto ele me aperta ainda mais.

— Eu te avisei que ela não prestava e ele muito menos! — bufou. — Não quero ver você chorando por macho escroto! — me afastou  segurando-me pelos ombros. — Está ouvindo, Valentina?

— Não me chame de Valentina! — me desvencilho do seu abraço enxugando as lágrimas com a mão.

— Não quero você chorando por aquele estrume de bosta!

— O que eu vou fazer? — pulo as pelúcias que estavam no chão e me jogo na cama, abraço meu urso e me encolho.

— Não se preocupe flor, oportunidades aparecem do nada — deu de ombros e se jogou ao meu lado. Observo os traços de seu rosto e sorrio para ele que me encara confuso.

— Você é tão lindo — arrumo seus cabelos castanho e ele revira os olhos.

— Me respeita que não sou teus bofes — gargalho e encaro seus olhos. Ele conseguia ser mais bonito que eu.

       Me viro de barriga para cima e encaro o teto

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       Me viro de barriga para cima e encaro o teto. Logo as lágrimas se juntam na borda dos meus olhos, engulo em seco e respiro fundo.

— Foi a pior cena da minha vida.

— Você deu barraco?

— Não — suspiro. — Eu fui embora.

— Não acredito que foi embora! — sua indignação era visível no seu tom de voz, o olho de soslaio. — Por que você não bateu nela? Eu não te ensinei desse jeito!

❤️

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