11. A peça que faltava

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Sexta-feira e meu único plano era acordar tarde, atualizar minha lista de filmes e encontrar com Robert. Mas tudo foi por água abaixo quando Lisa entrou em minha sala naquela manhã.

Era uma festa infantil, que seria realizado na sexta-feira. E infelizmente a organizadora sofreu um pequeno acidente e não poderia se recuperar a tempo dos detalhes finais, então eu me prontifiquei de ficar a frente e apenas cômoda a equipe nos arranjos finais.

Mas o pior havia acontecido, eu não havia conseguido falar com Robert nas últimas horas e para ele nosso encontro ainda estava valendo. Não queria fazer aquilo com ele, mas não tinha outra alternativa, já que não sabia nada além do seu primeiro nome.

-Ei só falta você. - Uma das funcionárias falou.

Olhei novamente para o espelho e deixei de lado o celular. Usava um vestido básico e preto, sem decote é arredondado da cintura para baixo, era o meu jeito de entrar no clima do tema da festa, que era Príncipe Encantado, retoquei o brilho labial e arrumei meu cabelo na lateral. E segui para o salão de festa, que havia sido escolhida pela família.

A festa começou por volta das seis horas, e todos degustaram da maravilhosa decoração de floresta encantada,  e agora todas as crianças convidadas estavam assistindo atentos ao pequeno teatro de fantoche, enquantos as mães estavam sentadas nas mesas degustando o cardápio.

Olhava atentamente para cada criança e o brilho no olhar delas, que não perceber quando uma mulher se aproximou.

-Ficou tudo maravilhoso, do jeito que imaginava. Muito obrigada!

Se tratava de uma mulher morena, alta, cabelos longos e cacheados. Que vestia um vestido rosa e exibia sua tiara de princesa.

-Eu que agradeço pela preferência e fico feliz. - Falei no automático.

E então ela ficou em silêncio ao meu lado, até que um menino se aproximou com um sorriso no rosto.

-Tia Natália. - Ele falou olhando para mulher ao meu lado - Você falou que não conhecia a namorada do papai?

-Já falamos sobre esse assunto Lorenzo. E não, eu não a conheço. - A mulher ao meu lado falou para o menino.

-Então porque está do lado dela.

Então os dois pares de olhos vieram em minha direção, sabendo que aquela simples conversa se tratava de mim.

Olhei para o menino tentando reconhecer de algum lugar.

Ele aparentava ter uns seis anos, tinha cabelos loiros e olhos castanhos, e seu sorriso deixava a mostra o dedinho que havia caído.

-Você deve está se confundindo criança, não conheço seu pai. - falei tento a certeza que não havia visto.

-Lorenzo, você precisar ter certeza das coisas antes de sair falando o que não saber. - Natália falou ficando na altura dele.

-Mas é ela Tia, eu vi ela na foto que papai tem no computador. - ele falou demonstrando tristeza.

-Conversamos sobre isso depois. - ela falou por fim mandando ele voltar a brincar com as demais crianças.

Ele saiu, mas não sem antes olhar e sorrir para me.

-Desculpe o Lorenzo, é que ele insiste em falar sobre essa namorada do pai dele. Quer dizer, Robert não tem tempo para essas coisas, ele só pensar no filho e naquele cachorro pulguento chamando amendoim.

E com uma peça que faltava, tudo começou a se encaixar na minha cabeça e gostaria de está errada.

E por fração de segundos quis acreditar que o Brasil era grande o suficiente e que poderia sim existir dois Robert e ambos tinha o mesmo nome de cachorros. Seria possível isso?

-Robert - o nome saltou da minha boca. - Amendoim.

Natália percebeu minha cara e soltou um sorriso.

-Então você o conhecer?

E a mais uma peça se encaixou, as lembranças do pós-casamento de Uriel brotaram em meus pensamentos, me fazendo lembrar a forma que acordei e tudo parecia óbvio demais.

Tudo não passou de vingança.

Um Buquê para a Noiva [CONCLUÍDA] ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora